Chega a altura do Natal e as ruas ficam repletas de cor. Árvores gigantes, bolas douradas cheias de luz e até rotundas com efeitos luminosos alusivos à quadra natalícia. De ano para ano, os próprios turistas ficam encantados com o brilho que encontram em Portugal nesta época. No entanto, em 2020, a covid-19 veio para ficar e fez repensar todo o processo de iluminação de Natal, principalmente fora do país. Em Espanha, adivinhando-se a escassez de turistas e a pensar-se nas consequências económicas devido à pandemia, a Câmara Municipal de Marbella decidiu oferecer o dinheiro investido em iluminação a empresas e comerciantes. No total, são 700 mil euros que vão ser distribuídos por duas mil empresas locais, através de um concurso público. Mas isto não quer dizer que a cidade vai ficar sem luzes. Fica apenas mais sóbria no que toca à iluminação.
E é esta “sobriedade” que o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, sugere seja implementada em Portugal. Ao i, sublinhou que é a favor da moderação nos gastos em iluminação de Natal, principalmente numa altura de crise sanitária que o país atravessa.
“Quando falo em sobriedade, falo do volume e do investimento que seria feito. Mas não direi a anulação, porque também esse tipo de simbologia ajuda as pessoas a não ficarem ainda mais deprimidas, a manterem determinados rasgos de esperança e a não se fecharem nas suas angústias. Isso é necessário e importante para que haja alguma luz dentro das próprias pessoas. Nada de coisas pomposas, mas que haja símbolos que façam lembrar a época e que ponham as pessoas em sintonia com aquilo que ela representa”, começou por dizer, lembrando, porém, que apesar de ser a favor da oferta desse dinheiro a empresas e comerciantes, a gestão do dinheiro terá de ser “muito bem feita”.
“Acho que a ajuda devia ir para as microempresas, para os cabeleireiros, taxistas ou engraxadores, aquelas pessoas em concreto que tinham empresas em que havia só o patrão e o empregado. Na minha perspetiva, seria oferecido a empresas que não estejam a receber outro tipo de benefícios”, confessou.
Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.