Idosos em lares vão poder ter mais visitas mas segurança não pode baixar

Idosos em lares vão poder ter mais visitas mas segurança não pode baixar


DGS reviu norma mas admite suspensão em caso de necessidade e instituições têm de ter condições de segurança. Contágio entre idosos continua a aumentar. O objetivo é “tentar integrar as pessoas” mas com segurança, apelou a diretora-geral da Saúde


A Direção Geral da Saúde reviu a norma sobre visitas em lares passando a autorizar que os idosos tenham mais do que uma visita por semana. A decisão foi conhecida ontem. A diretora-geral da Saúde explicou que as visitas dependem das condições das instituições e poderão ser suspensas pelas autoridades locais de saúde em função de surtos ou da evolução da situação epidemiológica na comunidade onde se inserem.

A alteração surge numa altura em que os casos continuam a aumentar no país, sendo o grupo entre os 20 e 29 anos que tem representado a maior incidência (18% do total de novos casos). Verifica-se um progressivo aumento dos contágios na população mais velha, que todas as semanas têm superado o balanço da semana anterior. Na última semana, analisando os dados reportados de segunda-feira a domingo pela Direação Geral da Saúde, conclui-se que foram diagnosticados com a infeção 1644 idosos com mais de 70 anos, o que compara com 908 casos na semana anterior. Os grupos etários dos 70 e maiores de 80, de maior risco, representaram na última semana 12,4% dos cerca de 13 mil casos reportados no país, o balanço semanal mais elevado desde o início da epidemia.

A diretora-geral da Saúde, que ontem defendeu a necessidade de um equilíbrio, já tinha também assinalado que as visitas aos lares não seriam o principal ponto de introdução do vírus nas instituições, apontando antes para o risco de transmissão entre idosos e colaboradores, dado saírem e entrarem mais vezes das estruturas residenciais. Esta segunda-feira, defendeu que o objetivo é integrar as pessoas, mantendo a segurança.

Na conferência de imprensa a diretora-geral da Saúde esclareceu também a revisão da norma sobre a abordagem a doentes infetados, que na semana passada reduziu de 14 para 10 dias o isolamento de pessoas sem sintomas ou com quadros ligeiros e que entretanto apresentem melhorias e deixem de ter febre por três dias. A norma ditou o fim da realização de testes no final deste período e o regresso ao trabalho e às escolas sem um teste que confirme que a pessoa está negativa tem levantado dúvidas e motivou críticas do Sindicato Independente dos Médicos pela falta de esclarecimento a associações de pais, autarquias e sindicatos. Graça Freitas sublinhou que a alta é uma “decisão clínica” e que a evolução do conhecimento e orientações internacionais levou à alteração, considerando-se que ao fim deste período as pessoas, mesmo podendo acusar positivo no teste, não estarão já infecciosas.