Mercado. Benfica disse presente na hora de abrir os cordões à bolsa

Mercado. Benfica disse presente na hora de abrir os cordões à bolsa


Benfica à porta do top-5 na lista de clubes mais gastadores da Europa. Com 98,5 milhões de euros investidos, águia bateu recorde de investimento de um clube português.


O mercado de transferências já encerrou nos principais campeonatos da Europa, com exceção para a Premier League, que tem a decorrer até 16 de outubro uma janela extra – em que ainda podem ser realizados negócios de compra e venda de jogadores exclusivamente entre clubes da Liga inglesa (sejam acordos de empréstimo ou transferências definitivas). De resto, todos os jogadores provenientes de outros campeonatos já foram oficializados também em Inglaterra até ao início desta semana, pelo que já é possível fazer contas e perceber quais foram os emblemas mais gastadores da Europa. Segundo os dados do site Transfermarkt, o Benfica é o único clube português no top-10 deste ranking, dominado pelos clubes ingleses, que representam 50% desta tabela.

Com 98,5 milhões de euros investidos, os encarnados surgem à porta do top-5 (6.ª posição), atrás de Chelsea (247,2 milhões de euros), Manchester City (156,8 milhões de euros), Barcelona (124 milhões de euros), Juventus (110,2 milhões de euros) e Leeds (105,2 milhões de euros). Abaixo dos encarnados surgem Tottenham (98,4 milhões de euros), Inter (97), Atlético de Madrid (90) e Arsenal (86).

Os gastos dos encarnados foram aplicados em oito reforços, com Darwin Núnez à cabeça – recorde-se que o jovem atacante uruguaio custou aos cofres encarnados 24 milhões de euros, tornando-se, aliás, a contratação mais cara de sempre das águias (e do campeonato português). A juntar a Núnez destaque para as chegadas de Everton (20 milhões de euros), Pedrinho (18), Waldschmidt (15), Otamendi (15), Gilberto (3), Todibo (2M) e Hélton Leite (1,5). Já Jan Vertonghen, que também reforçou o plantel de Jesus neste defeso chegou, recorde-se, a custo zero após ter terminado o contrato com os ingleses do Tottenham.

Em tempo de pandemia, os encarnados bateram o recorde de investimento de um clube português, e mais do que duplicaram o investimento comparativamente à janela de verão da época transata (43,5 milhões de euros).

Já em vendas, o clube da Luz ultrapassou os 76 milhões de euros, com a transferência de Rúben Dias a ser a grande fatia deste bolo (68 milhões de euros). Junta-se ainda Vinícius (3), Lema (2), Florentino (1,5), Zlobin (1), Cádiz (0,5), Yoni (0,42).

No que respeita às receitas houve uma quebra considerável do ano passado para este, de 176 milhões de euros para 76, com o balanço de 22 milhões de euros negativo face ao lucro superior a 100 milhões de euros apresentado em 2019/20. De referir que o mercado de verão de 2019 ficou marcado pela venda mais alta de sempre feita pelo clube da Luz, com a transferência de João Félix para o Atlético de Madrid por 126 milhões de euros. Rúben Dias tornou-se, aliás, a segunda venda mais alta de sempre das águias.

Águia contrariou o mercado O Benfica é ainda assim a exceção à regra neste mercado, uma vez que o desinvestimento foi geral. Em Portugal, por exemplo, os clubes gastaram na janela de verão da época passada 169 milhões de euros, tendo este ano a despesa descido para 146, ou seja, houve uma quebra de 14%.

O FC Porto é prova disto mesmo: dos valores já conhecidos, os dragões gastaram este defeso apenas 12 milhões de euros, um decréscimo de 81% face aos 63 milhões de euros investidos em 2019/20. No que diz respeito às receitas, a diferença foi ligeira, tendo os azuis-e-brancos apresentado uma queda de 88 milhões de euros para 76. Contas feitas, o FC Porto apresenta um saldo positivo de 64 milhões de euros (um crescimento de 156% relativamente ao anterior positivo balanço de 25 milhões de euros).

Evanilson (7,5 milhões de euros) foi a contratação mais cara desta janela, seguido por Zaidu (4). Nas saídas, destaque para a venda de Fábio Silva ao Wolverhampton, por 40 milhões de euros. Nota ainda para as vendas de Alex Telles (15 milhões de euros), Zé Luís (7), Soares (5,5), Danilo (4), Osorio (4) e Jorge Fernandes (0,25).

Já o Sporting manteve a tendência, tendo investido ainda assim menos cinco milhões de euros (17,5 milhões de euros comparativamente aos 22,5 de 2019/20).

Nas depesas, destaque para Pedro Gonçalves (6,5 milhões de euros), Tabata (5M), Feddal (3), Nuno Santos (3).

Por sua vez, nas receitas entram Wendel (20,3 milhões de euros), Acuna (10,5), Matheus Pereira (9,1), Rosier (0,2). Os leões mantêm assim o mesmo saldo positivo da época passada: 22 milhões de euros.

Chelsea com três contratações milionárias Não será difícil perceber por que razão o clube londrino lidera a lista dos clubes mais gastadores da Europa. A crise motivada pelo coronavírus não atingiu o clube do milionário russo Roman Abramovich, que protagonizou três das dez transferências mais caras desta janela de verão. Há cerca de um mês, os blues pagaram 80 milhões de euros por Kai Havertz, naquela que foi a contratação mais cara deste mercado. O valor do médio de 21 anos (ex-Leverkusen) poderá ainda chegar aos 100 milhões de euros mediante objetivos. Além de Havertz, o Chelsea garantiu ainda os reforços Timo Werner (53 milhões de euros) e Ben Chilwell (50,2 milhões de euros). Os três jogadores representam assim 183,2 milhões de euros do total dos 247,2 investidos pelos londrinos. Já Rúben Dias (Man.City) surge em quarto lugar na lista das transferências mais caras desta janela de verão, só atrás de Havertz, Arthur (Juventus, 72 milhões de euros) e Victor Osimhen (Nápoles, 70 milhões de euros).

O top-5 fecha com o bósnio Miralem Pjanic (Barcelona, 60 milhões de euros).

PSG e Arsenal também entram neste ranking, graças às contratações de Mauro Icardi e Thomas Partey, respetivamente, com os clubes a pagarem 50 milhões de euros pelo passe de cada jogador.

Embora já fora da órbita dos negócios milionários, destaque para as contratações de Thiago Âlcantara (ex-Bayern Munique) e Dioga Jota (ex-Wolverhampton) pelo campeão inglês Liverpool.

Já no Tottenham, uma referência para a chegada de Gareth Bale por empréstimo do Real Madrid. Ainda em solo inglês, e desta vez a custo zero, de sublinhar a entrada de Edinson Cavani no Man. United de Bruno Fernandes, depois do internacional uruguaio ter protagonizado a principal novela deste mercado de verão.

Os red devils, que pagaram 15 milhões de euros ao FC Porto pelo lateral Alex Telles, garantiram ainda o holandês Donny van de Beek. Ainda no início de setembro, o clube inglês pagou quase 40 milhões de euros ao Ajax para garantir o médio de 23 anos.