Emoção! Excitação! “Estivemos há pouco a ouvir os sinais transmitidos pelo emissor do satélite artificial da Terra, que se desloca no espaço a 28 mil quilómetros à hora!”, anunciava pomposamente o repórter. Um orgulho nacional! “Os sinais que se assemelham aos pios consecutivos de um pássaro com a duração de três décimos de segundo e intervalos do mesmo tempo, foram ouvidos por nós às 10h17 no Centro de Fiscalização Radioeléctrica do Sul dos CTT, no mesmo aparelho em que se registaram, pela primeira vez, às 00h17 de ontem, antes de haver notícia em qualquer outra capital da passagem do satélite!”.
O satélite era russo: o_Sputnik-1, de nome completo Iskusstvenni Sputnik Zemli, traduzido por alto como Companheiro Viajante Artificial da Terra, o primeiro do seu género. Nunca até então a humanidade pusera um objeto na órbita de um corpo celeste, o nosso planeta neste caso. A União Soviética dava o primeiro passo na guerra pelo espaço que durou décadas a fio. No dia 4 de outubro de 1957, em Baikonur, no atual Cazaquistão, um foguetão rasgara os céus levando consigo um objeto com 58 centímetros de diâmetro e 83 quilos e 600 de peso cujo objetivo consistia em estudar as propriedades das camadas superiores da atmosfera terrestre, as condições de lançamento de cargas úteis para o espaço e os efeitos da microgravidade e da radiação solar sobre os organismos vivos com vista às futuras missões tripuladas.
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