Nagorno-Karabakh. O conflito sem fim volta a provocar fatalidades

Nagorno-Karabakh. O conflito sem fim volta a provocar fatalidades


No segundo dia do confronto, os combates já provocaram 7 civis feridos e 23 mortos.


O conflito armado no enclave de Nagorno-Karabakh, entre a Arménia e o Azerbeijão, continua a provocar mossas entre as nações.
No segundo dia do confronto, os combates já provocaram 7 civis feridos e 23 mortos. Do lado arménio as baixas contam com 16 soldados separatistas, uma mãe e o seu filho, e o Azerbaijão reportou a morte de cinco civis, não revelando ainda o número de baixas militares. 
Desde 2016, que não se registavam tantas baixas entre estes dois países ano em que lamentaram cem mortes no total. Arménia e Azerbaijão estão em conflito há mais de 30 anos.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, que no domingo já tinha imposto lei marcial em todo o país e o recolher obrigatório em algumas cidades, decretou ontem uma mobilização parcial no país.  
A Arménia também decretou a lei marcial e uma mobilização geral.

Um conflito sem fim
Nagorno-Karabakh é um território do Império Russo disputado pela Arménia e Azerbaijão durante a guerra civil após a revolução bolchevique de 1917. Esta regiãofoi anexada em 1921 por Estaline à República Socialista Soviética do Azerbaijão, tendo obtido, a partir de 1923, um estatuto autónomo.
Durante anos, os dois países estiveram em guerra para decidir quem é que ficaria com o domínio desta zona montanhosa, habitada principalmente por arménios. 
Em 1994, assinaram um cessar-fogo, que vigora até hoje, apesar de combates regulares entre os dois países, numa tensão permanente entre os executivos da capital da arménia, Erevan, e do Azerbaijão, Baku.
Perante o mais recente conflito, o Azerbaijão e a Arménia acusam-se mutuamente de terem iniciado as hostilidades e declararam lei marcial, mantendo uma linguagem beligerante.
 O presidente russo, Vladimir Putin, que atua como árbitro na região, pediu o fim dos confrontos. "Todos os esforços devem ser feitos agora para evitar uma nova escalada do conflito, sendo fundamental a suspensão das ações militares", afirmou o político num comunicado onde esclarecia os assuntos discutidos com o primeiro-ministro arménio.

O que significa este conflito?
Especialistas temem que este confronto seja diferente dos anteriores e que possa ser ainda maior que em 2016, quando houve o maior número de mortes causado por este conflito. 
“Estamos a passos de uma guerra a grande escala”, disse Olesya Vartanyan, da ONG International Crisis Group, focada em resolver este conflito armado, ao Al Jazeera. 
Vartanyan recordou que Nagorno-Karabakh serve como um corredor petrolífero para inúmeros mercados do mundo o que aumenta a sua importância e que pode trazer novos elementos a este conflito, como a Rússia ou a Turquia, que já demonstrou o seu apoio ao Azerbaijão, disponibilizando quaisquer equipamentos militares que Baku venha a solicitar.