Há fenómenos que são bem engraçados. Nos últimos tempos tenho lido os maiores elogios à primeira-ministra da Nova Zelândia, chegando mesmo alguém a dizer que é “a líder mais eficiente do planeta”. Para receber tantos elogios é natural que tenha enormes qualidades, embora não seja uma “santa” como alguns a querem fazer. Vejamos só duas decisões que me parecem um pouco estranhas, para não dizer algo mais. O seu ministro da Imigração foi demitido depois de se ter descoberto que manteve uma relação consentida com uma funcionária do seu gabinete. Jacinda Harden, a primeira-ministra, confessou que perdeu a “confiança nele” devido à sua falta de “discernimento”, já que o ministro em causa tinha a tutela das relações laborais e da segurança social. Nas notícias que li não vi em nenhuma que dissesse que a namorada tivesse beneficiado do estatuto do ministro. Mas, enfim, o politicamente correto diz que o ministro não podia ter-se apaixonado por uma funcionária do seu gabinete. Mas a aura de Jacinda Harden deve ter-se esfumado muito, se os seus seguidores forem coerentes com o que defendem publicamente. Ontem, na Nova Zelândia, o autor do massacre que vitimou 51 muçulmanos foi condenado a prisão perpétua e a primeira-ministra não foi parca em palavras: “Senti alívio por saber que esta pessoa nunca mais verá a luz do dia”; e merece “uma vida de silêncio total e absoluto”. Então mas a guru do centro-esquerda é favorável à prisão perpétua e todos acham normal? Ou será que a prisão perpétua é aceitável longe da nossa porta, mas em Portugal não se deve discutir tal assunto?
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