Duzentos e sessenta milhões de euros. Terá sido esse o prejuízo da venda de um portefólio imobiliário do Novo Banco a um fundo de investimento, com empréstimo concedido pelo banco. Em 2018 – portanto, quando já era banco bom e devia fazer bons negócios. Se a carteira de imóveis tinha sido avaliada pelo dobro, o adjetivo de “pechincha” usado à época por Helena Roseta parece assentar bem. Pechincha, naturalmente, para quem consegue empréstimos desta ordem, sem ter sequer de saber-se quem é – o CEO do banco assegura que sabe –, algures num paraíso fiscal, quando os demais, para terem um empréstimo, é o que é. Resta agora saber se as perdas deste negócio, que segundo o banco foi feito de acordo com as melhores práticas do mercado, foram compensadas pelo Estado, como revelou uma investigação do Público, seja direta ou indiretamente, a que título e por que meios.
Da esquerda à direita pede-se o esclarecimento cabal, sendo certo que nem o negócio era desconhecido nem tinham faltado suspeitas logo em cima do acontecimento, como ontem fez questão de recordar Helena Roseta. Se isto tudo pode bem parecer “gozar com os portugueses”, como criticou Rui Rio, ninguém sai bem na fotografia. A auditoria ao Novo Banco devia estar concluída esta semana, como entretanto também fez questão de recordar o Presidente da República, mas, ontem, não havia previsão da sua divulgação. E o tema parecia tabu, como se não tivesse sido o Governo a apontar para esta data.
Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.