Burlas. Confinamento faz disparar número de queixas

Burlas. Confinamento faz disparar número de queixas


Deco e Portal da Queixa não têm dúvidas: o aumento de compras online fez subir também o número de burlas. Só nos primeiros seis meses deste ano, o Portal da Queixa conta com quase tantas reclamações como em todo o ano de 2019.


O mundo das vendas na internet é cada vez maior e, com as compras a aumentar, as burlas acompanham a tendência. Os dados não deixam margem para dúvidas. Ao i, o Portal da Queixa revela que as burlas têm vindo a crescer. E os valores não são nada animadores: “Só este ano, até final do mês de junho foram registadas 2727 reclamações, uma média de 15 reclamações por dia e um aumento de 94% face ao mesmo período do ano passado, em que foram registadas 1408”, revela o site de reclamações.

Nestes primeiros seis meses do ano quase foi ultrapassado o número de reclamações totais do ano de 2019 que, em 12 meses, registou 3072 reclamações.

Esta tendência de crescimento vem acontecendo ao longo dos anos. De acordo com dados do Portal da Queixa, nos primeiros seis meses do ano de 2018 existiam “apenas” 1249 queixas e, em 2019, em igual período, 1408. Estes valores mostram que, em 2020, o número duplicou.

Também a Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor revela o aumento de burlas nos últimos meses. “Têm chegado à Deco várias dezenas de queixas de consumidores que têm sido enganados através de compras online, seja através das respetivas páginas web, seja das redes sociais”, revela ao i a jurista Tânia Santana.

E são exatamente as burlas feitas nas redes sociais que a associação considera as mais difíceis de tratar. “Há uma dificuldade acrescida no apoio da Deco ao consumidor, uma vez que do outro lado está muitas vezes um particular, o que não possibilita a nossa intervenção. A situação torna-se ainda mais difícil quando as lojas das redes sociais não se encontram registadas como empresas em Portugal nem possuem um endereço físico de contacto”, defende a jurista.

Quanto ao número de queixas, a Deco não tem valores certos, uma vez que a prioridade é o apoio aos consumidores e só depois se faz a contabilização. No entanto, Tânia Santana não tem dúvidas: “Este crescimento de queixas, naturalmente, também se deve ao facto de muitos portugueses terem estado em confinamento nas suas casas, bem como à comodidade aliada à compra à distância neste tempo pandémico que vivenciamos”.

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