Campeonato. A metáfora do pastor a quem matavam as ovelhas

Campeonato. A metáfora do pastor a quem matavam as ovelhas


Sérgio Conceição e Bruno Lage são dois náufragos agarrados aos destroços das suas equipas, esperando para ver qual vai ao fundo primeiro. Mas, ouvindo-os, parece que nada têm que ver com tanta falta de futebol de qualidade.


O FC Porto perdeu na quinta-feira, em Famalicão, deixando aberta a estrada para o Benfica reassumir a liderança com dois pontos de avanço. Bastava-lhe vencer o Tondela em casa, mesmo que em casa vazia. Mais uma vez, a equipa de Bruno Lage demonstrou uma aflitiva falta de classe e de espírito de campeão. Mais uma vez, o treinador encarnado desmentiu as próprias palavras – “Vamos entrar com toda a gana de vencer!” – e passou minutos e minutos a ver os seus jogadores trocarem a bola entre si sem fazerem um remate à baliza, sem protagonizarem um lance repentino e destrutivo, sem criarem, enfim, condições para desmontar a defesa de um adversário que sabia de cor e salteado como é fácil, hoje em dia, deixar a águia depenada.

Conhecem a velha história que se usava na nossa infância para baralhar as crianças? A pergunta era: um pastor tinha 17 ovelhas, mataram-lhe todas menos nove, com quantas ficou? Claro que está na forma como se põe a questão o entrave à solução facílima. A mente humana manda, de imediato fazer contas quando, afinal, as contas já estão feitas.

Sérgio Conceição e Bruno Lage fazem contas todas as jornadas, e nem três meses de intervalo fizeram com que deixassem de lado os ábacos e as máquinas de calcular. Com equipas incomparavelmente mais fortes do que todos os outros adversários, metem os pés pelas mãos em desculpas esfarrapadas, algumas quase insultuosas para os que têm o azar de possuir um cérebro ou, para citar a comédia do escritor russo Griboiedov, a desgraça de terem inteligência. 

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