A minha varanda sobre o Sado tem para aí uns três metros de comprimento por cinco de largura. E uma vida infinita nela e em redor dela, às vezes também sobre ela, porque se ela está sobre o Sado, não deixa de ter o céu por cima.
À noite debruço-me no parapeito como se me debruçasse na amurada do veleiro de José Régio que a Amália cantava e sinto aquela tristeza mansa que vai das terras de Espanha às areias de Portugal.
De dia tenho sol, e o sol, para mim, é Deus disfarçado de luz e de calor que ocupa o espaço vazio que sobra quando a imaginação adoece.
O Ganges passa pela minha varanda como se passasse pela Rua dos Douradores.
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