13 de maio. O dia que o vírus não deixou que fosse igual | Fotogaleria

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Os peregrinos que foram a pé a Fátima contaram-se pelos dedos das mãos. A maioria fez o caminho sem sair das suas casas. Mas alguns dos que moram perto do santuário saíram às ruas nos dias 12 e 13 para encontrar um lugar com vista. A possível.


Houve velas, mas as pessoas não estavam lá. As multidões dos dias 12 e 13 de maio em Fátima deram lugar a um silêncio difícil de imaginar. Na noite do dia 12, a procissão das velas, um dos pontos altos, aconteceu num recinto “vazio mas não deserto” – como afirmou o bispo de Leiria-Fátima, António Marto. Um recinto que tentou disfarçar os normais “mares de luz” com 700 luminárias no chão. Eram apenas três os peregrinos que estavam lá dentro.

À volta do santuário, porém, encontravam-se dezenas de fiéis a espreitar pelas várias entradas laterais, barradas por grades de ferro e seguranças. O cenário puxava as lágrimas a alguns e trazia medo a outros. Como aos comerciantes locais – alguns dizem chegar a ter dias sem qualquer venda.

Ontem, na procissão do adeus, os lenços brancos foram muito poucos – apenas meia dúzia numa das laterais – e 20 bandeiras substituíram os peregrinos de vários países que todos os anos marcam presença no Santuário de Fátima. Fora do santuário eram várias as explicações para o nevoeiro que, a meio da manhã, cobriu sem avisar todo o recinto. Alguns fiéis acharam mesmo que era uma mensagem para aqueles que não quiseram uma peregrinação igual à dos outros anos. Outros, que eram a maioria, acreditam que o nevoeiro dará lugar ao sol e que, muito em breve, todos poderão voltar.