O colecionismo está-lhe no sangue. Começou aos sete ou oito anos a coleccionar cromos. Passou depois para a BD e os discos de vinil. Em 2014, numa loja de banda desenhada descobriu os Funk Pop. Ficou logo fascinado. Atualmente tem 1500 bonecos cabeçudos. A sua coleção está avaliada em 40 mil dólares, cerca de 38 mil euros.
Começou em 1998 como um pequeno negócio de garagem, em Washington, nos EUA. O objetivo dos amigos Mike Becker e Rob Schwartz era criar «brinquedos de baixa tecnologia e temas nostálgicos». O primeiro produto da Funko – que fabrica figuras colecionáveis da cultura pop – foi uma figura bobblehead – um tipo de boneco com a cabeça maior que o corpo -, da mascote Big Boy. O sucesso foi tão grande e inesperado que a empresa viria a tornar-se a mais icónica no mundo dos colecionáveis.
Em 2005, a liderança foi assumida por Brian Mariotti, responsável pela revolução na empresa. A partir dessa altura, a Funko diversificou os seus produtos e obteve licenças de grandes etiquetas da indústria, como Disney, Marvel, Lucasfilm, Warner Bros., entre outros. Nasceram assim as famosas figuras Funko Pop! – o produto mais conhecido da marca. Bonecos com cabeças grandes e olhos redondos.
Sandro Nascimento, de 50 anos, vive em Valongo e tem cerca de 1500 destes bonecos. Diz que o colecionismo lhe está no sangue e não é difícil de acreditar, visto que começou a sua primeira coleção com apenas sete ou oito anos. «Comecei por colecionar cromos. Como sempre fui adepto de futebol, gostava muito dos chamados cromos da bola, eram fascinantes», lembra à LUZ.
Mais tarde, aos cromos juntaram-se livros de banda desenhada e discos. «A paixão pela BD surgiu na adolescência. Como também sempre fui apaixonado por super heróis, acabei por conhecer uma loja no Porto especializada na área de BD norte-americana – Mundo Fantasma -, e assim começou esse bichinho», recorda. Além disso, é apaixonado por ficção científica. Atualmente, Sandro faz voluntariado em duas organizações de Costuming de Star Wars: a 501st Legion Portuguese Garrison e a Rebel Legion Portuguese Base.
«Em relação aos discos, cresci a ouvir os vinis do meu pai e esse gosto foi aumentando ao longo dos anos. Nada ‘bate’ todo o ritual de colocar um disco a tocar e depois ouvir o seu som característico», partilha.
Descobriu os bonecos Funko Pop em 2014, numa das suas idas à loja de BD. «Deparei-me com uns bonequinhos cabeçudinhos, que me chamaram logo a atenção por terem essa particularidade. Achei-os muito giros», admite. E decidiu comprar. «O primeiro que comprei foi um Minion do filme ‘Gru – O Maldisposto’. Comprei porque a minha esposa gostava muito desses personagens. A ideia de colecionar surgiu muito pouco tempo depois, quando percebi que existiam figuras de outros temas que eu também gostava, como Star Wars por exemplo», revela.
Neste momento, tem cerca de 1500 Funko Pops. «Os mais raros serão a primeira versão do cantor Ozzy Osbourne, uma La Muerte do filme ‘Book of Life’ e também o Mickey Feiticeiro do filme de animação da Disney, ‘Fantasia’», confidencia Sandro.
Como em todo o tipo de colecionismo, há sempre itens difíceis de encontrar «devido à sua limitação de fabrico». «Há alguns super limitados, como por exemplo 24 peças a nível mundial, o que os torna bastante raros e caros», explica. Ao longo dos anos foi adquirindo uns mais caros que outros: «Mas penso que o mais caro possa ter sido a La Muerte versão glow in the dark que me deve ter custado na altura que o comprei cerca de 120 euros», admite.
O que considera mais especial nestes bonecos é precisamente a sua forma. «A cabeça, que é a sua principal característica. No princípio estranha-se mas depois entranha-se», frisa.
Sandro acredita que, atualmente, a sua coleção está avaliada em cerca de 40 mil dólares, cerca de 38 mil euros. «Ao longo dos anos terei investido mais do que isso», acrescenta.
Relativamente aos lugares onde compra os objetos, ao longo dos anos, de acordo com o colecionador, foram surgindo em Portugal outras lojas, como a Casa da BD, Geek Planet, Loja dos Pops, My Pop Mania, Geekdo e Magicalfunpop. «Compro em várias, não queria deixar de fora nenhuma, porque todas têm o seu valor e peso no mercado do colecionismo de Funko Pops».
Infelizmente, lamenta Sandro, começa a faltar espaço para uma coleção tão grande. «Mas tenho guardado em vitrinas, prateleiras e parte da coleção arrumada em caixas à espera de sitio para serem colocados», partilha.
Interrogado sobre se continuará a colecionar os bonecos, garante que sim. «Certamente vai continuar, com um gosto mais refinado na escolha, mas uma vez colecionador, sempre colecionador», brinca.
Ainda não pensou muito no futuro que deseja dar à coleção. No entanto, o ideal «seria criar um espaço onde pudesse dar a conhecer ao público em geral, tipo galeria». «Infelizmente nunca tive a oportunidade de os expor todos, mas é uma ideia que me agrada», revela.