Já se pode respirar mais um pouco de liberdade em Espanha

Já se pode respirar mais um pouco de liberdade em Espanha


Já se cheira algum otimismo em Espanha, um dos países mais afetados pela crise pandémica.


Os espanhóis puderam começar a respirar o ar da liberdade a partir do passado sábado, depois de quase 50 dias de confinamento residencial, e o sufoco de ansiedade causado pelo coronavírus começa a atenuar-se. Este domingo, o balanço de óbitos em 24 horas foi o menor do último mês e meio: 164, de acordo com o Ministério da Saúde.

“Yahoo”, foi o grito de Sigrid Cervera, 44 anos, citada pela Reuters, quando se direcionava para a água com a sua prancha de surf numa praia em Gavà, uma vila fora de Barcelona cujo concelho permitiu o acesso à zona balnear. “Não tenho conseguido ir surfar há tanto tempo, por isso, estou excitada esta manhã”.

Com este novo sistema, diferentes faixa etárias podem sair à rua por um determinado tempo. Mesmo assim têm que cumprir um distanciamento social de, pelo menos, dois metros, explica a mesma agência.

Espanha está a ser dos países mais afetados pela crise pandémica, sendo o quarto a apresentar o maior balanço de mortes e o segundo com maior número de casos confirmados. Até este domingo, registaram-se oficialmente 25 256 mortes e mais de 217 mil infeções com covid-19.

Mas já se pode cheirar algum otimismo. A curva de mortalidade provocada pelo coronavírus parece estar a entrar numa fase descendente e o país já começa a apresentar valores idênticos aos dos primeiros dias do estado de alarme, quando a gestão e as estatísticas da crise saúde pública começaram a ser centralizadas, informa o El País. Com o balanço semanal de mortes a estabelecer-se na meia centena, e caso se confirme esta tendência, Espanha poderá começar a apresentar 400, 300, e 200 óbitos nas semanas seguintes.

Com 838 casos confirmados este domingo, o menor número desde 18 de março, a quantidade de hospitalizações com covid-19 foi de 547, o número mais baixo desde que foi decretado o estado de alarme, diz ainda o mesmo diário. Esta última estatística é provavelmente a mais sólida para medir o progresso da covid-19. 

 

COMBATE À CRISE

Entretanto, também este domingo, Pedro Sánchez, o primeiro-ministro espanhol, informou os presidentes autonómicos como repartirá o fundo não reembolsável de 16 mil milhões de euros que o Governo irá atribuir – algo que tem provocado alguma tensão, segundo o jornal online eldiario.es. A maior parte desse montante, 10 mil milhões de euros, será para cobrir as despesas sanitárias e distribuída consoante os sistemas de saúde das regiões autonómicas mais afetadas pela crise pandémica. 

Já para os gastos sociais para combater a crise económica, o Palácio da Moncloa vai destinar mil milhões de euros em função da população de cada região. Os restantes 5 mil milhões serão atribuídos dependendo da queda dos recursos próprios das regiões autonómicas, diz ainda o eldiario.es, que cita fontes que estiveram presentes na reunião entre o chefe do Governo espanhol e os presidentes autonómicos.