Rui Pinto vai para casa sem acesso  à net, mas com um acordo com a PJ

Rui Pinto vai para casa sem acesso à net, mas com um acordo com a PJ


O criador do Football Leaks e pai do Luanda Leaks terá feito um acordo de colaboração com as autoridades. Para já, vai ajudar a desencriptar os discos que lhe foram apreendidos em Budapeste.


O hacker Rui Pinto deixou ontem a cadeia anexa à Polícia Judiciária, onde estava em prisão domiciliária há mais de um ano, passando a estar agora apenas obrigado à permanência na sua habitação e impossibilitado de aceder à internet. O jovem pirata informático terá chegado a um acordo com a Polícia Judiciária que lhe valerá uma atenuação da pena pelos crimes já praticados e que passa por passar a colaborar com esta Polícia.

“Rui Pinto encontra-se agora sujeito à medida de obrigação de permanência na habitação, cumulada com a proibição de acesso à internet, sob responsabilidade da Polícia Judiciária”, anunciaram ontem em comunicado enviado à Lusa os seus advogados, William Bourdon, Francisco Teixeira da Mota e Luísa Teixeira da Mota, adiantando estar satisfeitos com a decisão.

“A defesa de Rui Pinto congratula-se com esta decisão e confia que outros passos serão dados no sentido da total liberdade do seu constituinte, cujas revelações já muito contribuíram para o combate à grande criminalidade, nomeadamente no âmbito do crime económico”, acrescentam ainda.

De acordo com a TVI, o hacker terá aceitado colaborar com as autoridades portuguesas, tendo o acordo de colaboração sido já validado pela juíza de instrução Cláudia Pinta. Para já, Rui Pinto começará por permitir o acesso aos dez discos externos que a PJ apreendeu em Budapeste, Hungria, que têm muita informação, mas que estão encriptados.

Em janeiro, o criador do Football Leaks, que vinha acusado de 147 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, foi pronunciado por 93 crimes. Para a Justiça portuguesa, Rui Pinto tem de responder por tentativa de extorsão à Doyen e acessos à Procuradoria-Geral da República, à sociedade de advogados PLMJ, ao Sporting e à Federação Portuguesa de Futebol.

Recorde-se que ainda recentemente, Rui Pinto assumiu que fora o pai do caso que ficou conhecido como Luanda Leaks e que está na base de diversas investigações a alegados desvios cometidos pela empresária angolana Isabel dos Santos.