A segunda convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL)reúne hoje e amanhã na Culturgest, em Lisboa, os líderes dos partidos de direita com exceção de Rui Rio, presidente do PSD. Francisco Rodrigues dos Santos vai abrir a convenção. João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, e André Ventura, do Chega, vão debater as novas alternativas à esquerda e Pedro Santana Lopes, do Aliança, participa num debate sobre “as novas desigualdades.
Rui Rio, que também não participou na primeira edição, não estará presente no encontro que conta com várias figuras do PSD. Paulo Mota Pinto, presidente da Mesa do Congresso do PSD, irá representar o PSD e encerra o primeiro dia da iniciativa. O ex-ministro Miguel Poiares Maduro participa num debate sobre corrupção com Nuno Garoupa, João Paulo Batalha e o advogado Daniel Proença de Carvalho. E Miguel Morgado, outra figura do passismo e ex-deputado do PSD, entra no debate com os presidente do Iniciativa Liberal e do Chega sobre as alternativas “ao espaço da extrema-esquerda e do socialismo radical”.
Ao i, Paulo Carmona, do Movimento Europa e Liberdade (MEL), explica que Rui Rio “foi convidado, mas por problemas de agenda não vai participar”.
O primeiro dia servirá para fazer uma avaliação sobre o estado do país. No dia seguinte, os participantes discutem as soluções para os problema estruturais. A iniciativa conta ainda com a participação do ex-líder do CDS Paulo Portas, do ex-ministro Mira Amaral, do presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, do ex-bastonário da Ordem dos Advogados José Miguel Júdice e do historiador Jaime Nogueira Pinto, entre outros.
Miranda Calha é a única figura ligada ao PS que participa no evento. O ex-deputado socialista vai falar sobre a Europa e o mundo. Há um ano, António José Seguro e Francisco Assis aceitaram participar, mas recuaram quando perceberam que o encontro estava a ser colado a uma espécie de estados-gerais da direita.
Os herdeiros da Alameda Paulo Carmona garante que esta iniciativa pretende juntar “todas as correntes de opinião” e está longe de ser “uma manifestação da oposição” ou uma iniciativa contra o Governo. Só os partidos que “não acreditam” na União Europeia ou defendem regimes totalitários ficam de fora. “Há pessoas ligadas à esquerda que participam na convenção, mas não podemos convidar pessoas que não acreditam no euro e defendem regimes totalitários. Isso exclui Bloco de Esquerda e PCP que defendem países como a Coreia do Norte ou Cuba”, diz Paulo Carmona, classificando este movimento como “os herdeiros da Alameda que são as pessoas que o Dr. Mário Soares juntou para lutar contra os totalitarismos e os totalitarismos continuam”.
desigualdades e corrupção São vários os temas em debate durante os dois dias da convenção. As novas desigualdades, o reduzido crescimento económico, o combate à corrupção ou a União Europeia são alguns dos principais assuntos. “Queremos ser ambiciosos. Não podemos estar contentes com os salários que temos em Portugal e com algumas soluções públicas que não estão a funcionar bem. Isto tem a ver com todos os partidos. Tem a ver com o modelo que seguimos há 20 anos e que tem conduzido à estagnação. Merecíamos ter melhores salários e mais riqueza para podermos financiar melhores politicas públicas”, afirma Paulo Carmona, fundador do MEL.