Toda a esquerda e o PAN levaram a debate esta terça-feira o repúdio ao caso de racismo de que foi alvo o jogador de futebol Marega no passado domingo. A direita, para já não se pronunciou sobre este caso no primeiro debate quinzenal de 2020.
Na discussão, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, fez considerações sobre o negócio de venda das participações da empresária angolana do banco Eurobic. "Pode transformar-se num caso de branqueamento de capitais mesmo nas barbas do Banco de Portugal", alertou Catarina Martins, questionando o primeiro-ministro sobre a transposição da diretiva sobre branqueamento de capitais.
Na resposta, António Costa lembrou que não dispõe de mecanismos legais sobre o Banco de Portugal, que respeita a sua independência, mas aconselhou a 'Casa da Democracia" a pedir esclarecimentos ao governador do Banco de Portugal. "Vamos chamar", anunciou Catarina Martins.
Quanto à transposição da diretiva sobre o branqueamento de capitais, o primeiro-ministro advogou que deverá ir a Conselho de Ministros dentro de uma ou duas semanas.
Sobre as Parcerias Público-Privadas, Tanto o Bloco de Esquerda como o PCP questionaram o primeiro-ministro sobre a Parceria Público-Privada no Hospital de Cascais. Catarina Martins questinou se o Estado não consegue fazer a gestão pública do hospital em Cascais e Jerónimo de Sousa, do PCP, perguntou qual era a pressa em adjudicar nova PPP. Costa respondeu que o processo já vinha de 2017 e que as PPP de Cascais e de Loures não constituem novas PPP. Na prática cumpre o que foi acordado com a esquerda na nova lei de Bases da Saúde.
Jerónimo de Sousa ainda lembrou ao primeiro-ministro de que é preciso aumentos salariais, designadamente, na Administração Pública. E avisou o Governo de que "os problemas vão aumentar" se não existir uma negociação aprofundada com os sindicatos.