Tempo que lisboetas perdem no trânsito  dava para ouvir Imagine  3130 vezes

Tempo que lisboetas perdem no trânsito dava para ouvir Imagine 3130 vezes


Sabia que durante o tempo que passa no trânsito durante um ano em Lisboa pode ouvir 3130 vezes a música Imagine de John Lennon ou ver 144 episódios de Game of Thrones? Os dados constam no TomTom Index, lista da qual fazem ainda parte Porto, Braga, Coimbra e Funchal.


Em Lisboa, durante um ano, os condutores passam 158 horas no trânsito, o que perfaz um total de seis dias e 19 horas. Os dados constam no TomTom Index e revelam que a capital lisboeta é a cidade com mais trânsito da Península Ibérica pela quarta vez consecutiva. Lisboa conta com uma percentagem de 33% no que diz respeito ao congestionamento, o que leva a que os condutores lisboetas passem cerca de 43 minutos por dia no trânsito.

Por outras palavras, o tempo perdido no trânsito é o equivalente a ouvir o Imagine de John Lennon 3130 vezes, cozinhar 4711 panquecas ou 7838 bolachas, ver 93 jogos de futebol ou 82 de basquetebol, ou até ver 144 episódios de Game of Thrones. Durante o tempo que perde no trânsito, conseguiria até plantar 163 árvores.

Os dados revelam que a pior altura da semana para usar as estradas de Lisboa é sexta-feira entre as 18h00 e as 19h00. Aliás, este é o horário mais congestionado durante toda a semana, apesar de às sextas-feiras o cenário piorar. O TomTom Index garante que se viajar depois das 19h00 consegue poupar cinco horas de viagem por ano numa viagem de 30 minutos. O mesmo acontece da parte da manhã, entre as 8h00 e as 10h00, apesar de a sexta-feira, neste horário, ser o dia útil mais tranquilo.

Por cada 30 minutos de viagem matinal perde-se cerca de 20 minutos no trânsito em Lisboa. À tarde perde-se um pouco mais: 23 minutos extra por cada 30 minutos de viagem.

Na lista da TomTom consta ainda a cidade do Porto, em 109.o lugar, que, tal como Lisboa, viu o seu índice de tráfego aumentar. No Porto, os portuenses gastam, em média, 154 horas por ano no trânsito, o equivalente a seis dias e dez horas. Durante esse tempo podem ouvir menos vezes o Imagine do que em Lisboa: 2954 vezes. É o mesmo tempo que completar 31 puzzles de 400 peças.

Mas Lisboa e Porto não são as únicas cidades portuguesas a entrar nesta lista. Funchal (17%, na 351.a posição), Braga (18%, na 334.a posição) e Coimbra (15%, na 375.a posição) fazem também parte das cidades com mais tráfego.

Bengaluru no topo O ranking mundial é liderado por uma cidade indiana, tal como já aconteceu no ano anterior. Em 2019, a medalha de ouro vai para Bengaluru, onde os condutores passam 71% de tempo adicional no trânsito. A completar o top das cinco cidades mais congestionadas a nível mundial estão a capital das Filipinas, Manila (71%), Bogotá, na Colômbia (68%), a cidade mais congestionada de 2018, Bombaim (65%) e Pune, também na Índia (58%).

A liderar a lista europeia está Moscovo (59%) e Istambul (55%) sucede-lhe mais uma vez, com Kiev (53%), Bucareste (52%) e Sampetersburgo (49%) a seguir. As cidades de Bruxelas (37%), Londres (37%) e Paris (36%) ocupam a 11.a, 12.a e 13.a posições, respetivamente. Paris (39%), Roma (38%) e Londres (38%) ficaram em 14.o, 15.o, e 17.o lugares, respetivamente.

Na América do Norte, destaque para Los Angeles (42%), Nova Iorque (37%), São Francisco (36%), San Jose (33%) e Seattle (31%).

O índice da TomTom revela que o congestionamento de trânsito aumentou a nível mundial nos últimos dez anos. Duzentas e trinta e nove das cidades (57%) analisadas pelo TomTom Traffic Index viram os seus níveis de congestionamento aumentar entre 2018 e 2019. No total, apenas 63 cidades registaram diminuições mensuráveis. Este aumento no congestionamento, revela a TomTom, apesar de ser um indicador de uma economia forte, também custa muitos milhões à economia.

CDS acusa Em reação ao estudo, o CDS considera que o congestionamento em Lisboa pelo quarto ano consecutivo é culpa de medidas falhadas do PS. Segundo Diogo Moura, líder da bancada municipal e presidente do CDS/Lisboa, “continua a existir uma ausência de articulação entre a política urbanística e a política de mobilidade, aumentando-se a construção no centro da cidade e, simultaneamente, promovendo restrições contraditórias”.

O líder da bancada municipal considera ainda que “as soluções erradas do Município têm contribuído para o congestionamento de Lisboa, afetam a vida de quem vive e trabalha na cidade e aumentam as emissões de partículas e gases poluentes”.