A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) decidiu do alto do seu poder chumbar a direção indigitada da RTP, alegando que José Fragoso não deve acumular a programação, leia-se entretenimento, com a informação. Dizem os sábios da ERC que “na verdade, a convergência do poder de direção sobre as áreas de programação e de informação de três serviços de programa do operador de serviço público numa única pessoa não só comporta 1) o risco de padronizar ou esbater a dissemelhança de uma oferta que, em benefício da diversidade e do pluralismo, se pretende díspar, como, acima de tudo 2) o risco de tornar indiferentes ou favorecer a diluição das fronteiras entre informação e entretenimento, atenta a ambivalência dos papéis que tal responsável seria chamado a desempenhar”. A ERC dá de barato que José Fragoso iria desempenhar essas funções sozinho e que os seis adjuntos nomeados seriam verbo-de-encher. Dá também de barato que os vários diretores-gerais que passaram pela RTP, como Emídio Rangel e José Eduardo Moniz, desempenharam mal o seu cargo. E desde quando é que a programação não se deve reger pelos mesmos princípios que a informação, no que diz respeito a um canal público? A única preocupação não deve ser a qualidade? Mas a ERC gosta de ter estes poderes, fazendo voltar à estaca zero a nomeação da nova equipa diretiva da RTP. Quem também não fica bem no filme é, mais uma vez, o presidente do conselho de administração, que teve de levar com um raspanete da ERC, que estranhou não ter recebido nenhum parecer do conselho de redação sobre a demissão da anterior direção e a nomeação da nova. A propósito, o que levou a ERC a não se pronunciar sobre as razões que levaram à queda da direção de Flor Pedroso? Estranho… P. S. Apesar de todas as dificuldades por que passa a comunicação social, tivemos e temos um enorme prazer em fazer o i. A todos os leitores e anunciantes e àqueles que fazem e fizeram o jornal, desejo ótimas Festas.
ERC e o poder de vetar José Fragoso. E o resto?
Desde quando é que a programação não se deve reger pelos mesmos princípios que a informação, no que diz respeito a um canal público? A única preocupação não deve ser a qualidade?