Este concerto no Alive é um regresso do vosso projeto. Isto é algo único ou podemos esperar mais datas?
Carlão: Para já, só temos esta data e este concerto.
Como têm corrido os ensaios?
Virgul: Muito bem, melhor do que pensávamos. Estávamos com receio de estar um bocado enferrujados, mas a verdade é que ainda temos muito na mente aquilo que vivemos com os Da Weasel, por isso facilmente houve imensas coisas que nos regressaram aos dedos e às mentes.
Continuam a ter o mesmo feeling de quando tocavam juntos no início?
Jay-Jay: Isso, por acaso, é a parte lírica de uma canção, “o feeling é o mesmo, só diferem as idades” [Jay, do álbum Podes Fugir Mas Não Te Podes Esconder, 2001]. É o que está escrito, se calhar foi uma premonição. (risos) Foi relativamente fácil, se calhar estávamos mais angustiados, talvez de uma forma errada. Dez anos são dez anos. Mas depois foi muito rápido e conseguimos logo atingir aquela zona de conforto que nos deu tranquilidade e confiança de que vamos fazer um bom espetáculo.
O hip-hop está na moda. Acham que os grandes festivais portugueses estão a usar artistas deste género para chamar mais público?
Carlão: Não é chamar a atenção do público para o género, é o contrário. (risos) Acho que os festivais programam consoante aquilo que o público está a sentir. É inegável que o hip-hop é mainstream atualmente, e pronto, está aí no cartaz: Kendrick Lamar no dia extra, que deu um concerto histórico na medida em que foi o primeiro concerto grande de hip-hop em Portugal, da primeira fileira deste estilo. Há um antes e depois do concerto de Kendrick em Portugal. É o que os putos ouvem hoje em dia e o que eles andam a curtir. E os programadores organizam os festivais em consequência disso. Não é só aqui, é no Primavera Sound também, por exemplo.
Sentem que vão representar o hip-hop nacional neste festival?
Carlão: É um bocado complicado.
Jay-Jay: Isso é uma leitura para vocês [jornalistas] fazerem.
Carlão: Sempre fomos um projeto híbrido e muito transversal, acho que estamos, e justamente, ligados ao hip-hop em Portugal, mas nunca fomos embaixadores do género. Da Weasel é um projeto que é uma fusão de géneros musicais, por isso não podemos dizer que somos embaixadores do hip-hop português, mas temos lá a nossa cota-parte.
Quem estão mais entusiasmados para ver?
Jay-Jay: Anderson .Paak.
Quakas: Faith No More.
E Billie Eilish?
Carlão: Por acaso, vi-a quando ela esteve na Altice Arena. Deu um concerto bom. Acho que, entre a malta nova e sangue novo, é das propostas mais interessantes que está no mainstream.
Foste ver por vontade própria ou por causa da tua filha?
Carlão: Fui com a minha filha, por acaso. (risos) Mas acabei por ir por vontade própria.
E que mais nomes gostavam de ver confirmados no festival?
Jay-Jay: Ainda agora fizemos essa pergunta, mas [os organizadores] não abrem o jogo. Estamos aqui com uma ansiedade brutal, porque só vemos bandas a serem confirmadas para os outros dias mas, no nosso, ainda só estamos nós. Eles estão fartos de nos dizer para esperarmos, porque vai ser uma boa surpresa. Queremos voltar a sentir aquela adrenalina e ansiedade de um nome que nos faça galvanizar.