Em 2017, existiam em Portugal 32 municípios onde o poder de compra per capita era superior à média nacional.
O indicador per capita do poder de compra, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), tem por referência o valor nacional (Portugal = 100). Na divisão por unidades territoriais, é possível perceber que o território continental (100,7) tem um valor superior às regiões autónomas (87,3 nos Açores e 86,5 na Madeira). A única unidade com um valor acima da média é a Área Metropolitana de Lisboa (124,1) (ver infografia).
Já na divisão por municípios, apenas 32 em 308 estão acima da referência nacional. “Trata-se de municípios maioritariamente localizados nas duas áreas metropolitanas de Lisboa (8 em 18 municípios) e do Porto (6 em 17) ou coincidentes com capitais de distrito”, explica o INE.
Lisboa tem o valor per capita mais elevado (219,6), mais do dobro do índice base. Segue-se o concelho do Porto (157,82), Oeiras (156,53), São João da Madeira (135,36) e Faro (132,50). O top 10 fica fechado com Sines (128,74), Coimbra (128,71), Aveiro (123,09), Matosinhos (122,96) e Cascais (122,11).
Mas existem outros concelhos acima da referência nacional. Alcochete (118,78), Évora (117,31), Funchal (114,28), Albufeira (112,04), Maia (110,66), Almada (108,69), Ponta Delgada (107,75), Setúbal (107,54), Braga (106,97) e Azambuja (106,20) também estão acima da média nacional. A lista fica completa com Loulé (105,92), Beja (105,31), Portalegre (104,12), Portimão (103,45), Leiria (103,43), Sobral de Monte Agraço (103,37), Espinho (103,00), Castro Verde (102,10), Santarém (101, 40), Amadora (100,59), Vila Nova de Gaia (100,11) e Barreiro (100,02).
Mas nem tudo são rosas: dentro das áreas metropolitanas é possível constatar algumas assimetrias. Na área de Lisboa, é o caso de Odivelas (89,30), Seixal (89,69) e Moita (81,95). Já na Área Metropolitana do Porto, os municípios com os valores mais baixos são Oliveira de Azeméis (83,14), Paredes (79,82) e Arouca (70,77).
No extremo inferior da lista, existem municípios cujo indicador do poder de compra per capita é quase metade da média nacional. “No conjunto do território nacional, 149 municípios (48% do total de municípios) apresentavam valores de indicador per capita inferiores a 75. Dos 10 municípios com menor poder de compra per capita manifestado, cinco pertenciam ao Interior da região Norte (distribuindo-se pelas sub-regiões Tâmega e Sousa, Douro e Terras de Trás-os-Montes), quatro à Região Autónoma da Madeira e um à região Centro”, lê-se no relatório divulgado pelo INE. São eles os concelhos de Ponta do Sol (55,19), Tabuaço (55,32), Celorico de Basto (56,11), Cinfães (56,87), Porto Moniz (56,92), Vinhais (57,89), Baião (58,19), Câmara de Lobos (58,27), Santana (58,29) e Penalva do Castelo (58,36).
“Esta análise sugere, assim, uma associação positiva entre o grau de urbanização das unidades territoriais e o poder de compra aí manifestado”, lê-se no relatório publicado pelo gabinete de estatística.
Poder geográfico O documento mostra que a “Área Metropolitana de Lisboa e Área Metropolitana do Porto concentravam mais de metade (52%) do poder de compra manifestado regularmente no país, a primeira com 34,2% e a segunda com 17,5%”.
Mas em que concelhos se concentram as pessoas com mais poder de compra? Os valores calculados pelo INE – que avaliam o grau de concentração do poder de compra nos diferentes territórios – mostram que, além de Lisboa (que concentra em si 11% do poder de compra total do país), 22 municípios representam, cada um, 1% do poder de compra nacional. São eles Sintra, Oeiras, Cascais, Loures, Almada, Amadora, Seixal, Odivelas, Vila Franca de Xira, Setúbal, Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar, Santa Maria da Feira, Braga, Coimbra, Leiria, Funchal, Guimarães e Vila Nova de Famalicão.
E se a Grande Lisboa e o Grande Porto agregam mais de metade do poder de compra do país, por outro lado, “as sub-regiões que concentravam menos poder de compra localizavam-se maioritariamente no Interior das regiões Norte e Centro: por ordem crescente, Alto Tâmega, Beira Baixa e Terras de Trás-os-Montes. Para além destas sub-regiões, também o Alentejo Litoral, o Alto Alentejo e o Baixo Alentejo contribuíam, individualmente, com menos de 1% para o poder de compra nacional”, lê-se no documento divulgado pelo INE.
Veja aqui o mapa de poder de compra per capita em Portugal.