Longe vai o tempo em que se assistia, não ao ponto da exaustão porque ela parecia não chegar, a O Rei Leão, Aladino, Branca de Neve e outros tantos em gastas cassetes VHS. As coleções que irremediavelmente pontuavam a decoração da sala de estar de uma casa com crianças até ao final do século passado. Aos poucos terão sido substituídas por DVDs, discos Blu-ray, discos de armazenamento, o que se quiser. Ontem, tudo mudou. Por ora, nos Estados Unidos, Canadá e Holanda apenas, mas a 31 de março essa nova revolução começa a disseminar-se por território europeu. Uma revolução chamada Disney+, o tão aguardado serviço de streaming com que a Disney segue os passos da Netflix, da HBO e das suas congéneres, que, além do arquivo de originais da Disney desde os seus primórdios, conta ainda com Star Wars, por exemplo, e os catálogos da Marvel, da Pixar, da National Geographic e da Fox, recentemente adquirido.
Na prática, isto traduz-se no quê, exatamente? No que tanto tardou a chegar que quase não se imaginará possível. E se ontem tardou mais um pouco para os países em que foi lançado – a afluência ao novo serviço da Disney foi tal que muitos utilizadores reportaram queixas de que deixaram de conseguir aceder à plataforma – Espanha, França, Itália, Alemanha e Reino Unido terão de esperar até ao último dia de março para poderem assistir, por exemplo, a The Mandalorian, uma série de oito episódios que, protagonizada por Pedro Pascal, vem juntar-se universo Star Wars e que foi lançada no primeiro dia do Disney+. Os outros terão de esperar ainda mais um pouco mas, segundo o diretor do departamento de streaming da Disney, Kevin Mayer, a expansão ao resto dos países europeus será feita rapidamente. Aqui se inclui Portugal, que não tem ainda confirmada uma data para o lançamento do serviço.
Com um catálogo a estender-se para lá do limite de clássicos e sucessos a que parecerá humanamente possível regressar de uma vez (o melhor será estabelecer metas a longo prazo), além dos mais antigos (a recuar até às primeiras animações em longa-metragem, da década de 1930) e dos mais recentes títulos da Disney; de Star Wars ou das 30 temporadas de Simpsons completas; o Disney+ promete, só neste ano inaugural, lançar 30 séries e 15 filmes originais, que se juntam ao já disponível catálogo de meio milhar de filmes e cerca de 7500 episódios de séries. A esses, continuarão a juntar-se as últimas produções para cinema, depois de deixarem as salas. Em espera estão já o remake de O Rei Leão deste ano, Vingadores: Endgame, Toy Story 4, Frozen 2 e o ainda não estreado novo capítulo da saga principal de Star Wars que chegará aos cinemas já neste mês de dezembro: Star Wars: A Ascenção de Skywalker.
Os conteúdos do Disney+, que chega à Austrália e à Nova Zelândia ainda este mês, podem ser visionados em streaming ou offline, depois de descarregados. Além da data, não é conhecido ainda o valor da assinatura em Portugal. Nos Estados Unidos, a assinatura mensal é de 6,99 dólares – um valor que não se distanciará muito do dos serviços de streaming concorrentes já disponíveis em território nacional. Em todo o caso, e preferências à parte, com este Disney+ não se pode dizer que exista uma verdadeira concorrência.