Turismo. Setor volta a acelerar com a ajuda dos portugueses

Turismo. Setor volta a acelerar com a ajuda dos portugueses


Depois dos últimos meses de abrandamento, a atividade voltou a acelerar em agosto ao registar 3,3 milhões de hóspedes e 9,5 milhões de dormidas. Também os proveitos totais aumentaram e atingiram os 630 milhões de euros.


O setor do alojamento turístico parece voltar a suspirar de alívio. Depois dos últimos meses de abrandamento, em agosto, a atividade voltou a acelerar ao registar 3,3 milhões de hóspedes e 9,5 milhões de dormidas. Estes números representam aumentos de 6,6% e 2,6%, respetivamente.

Este crescimento foi influenciado, em grande parte, pelas dormidas de residentes, que registaram um crescimento de 3,2%, enquanto as de não residentes aumentaram 2,3%.

Também os proveitos totais aumentaram 6,4%, atingindo os 630,1 milhões de euros. Os proveitos de aposento (502 milhões de euros) aumentaram 6,5%; já o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 84,4 euros, o que se traduziu num aumento de 1,5%.

Americanos, brasileiros e irlandeses sobem De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os mercados norte-americano, brasileiro e irlandês destacaram-se neste mês entre os residentes estrangeiros a visitar Portugal, com crescimentos de dormidas de 21,4%, 19,8% e 19,4%, respetivamente.

Desde o início do ano, o organismo aponta também para o aumento de 15,5% registado pelo mercado chinês.

Mas os crescimentos não ficaram por aqui. O mercado britânico (18,1% do total das dormidas de não residentes em agosto) registou um aumento de 1,1% em agosto – uma evolução semelhante à verificada nos primeiros oito meses do ano (+1,2%). Já as dormidas de hóspedes espanhóis (17,7% do total) cresceram 4,1% em agosto. No entanto, desde o início do ano, este mercado aumentou 7,4%.

Em contrapartida, o mercado francês (12,2% do total) registou um ligeiro decréscimo em agosto (-0,3%). No conjunto dos oito primeiros meses do ano, este mercado diminuiu 2,0%. O mesmo cenário repetiu-se com as dormidas dos hóspedes alemães (8,8% do total), que mantiveram a tendência de decréscimo, tendo recuado 8,3% em agosto. Desde o início do ano, este mercado diminuiu 6,6%.

Madeira é única a descer Entre as regiões escolhidas pelos turistas registou-se um crescimento em todas elas, com exceção da Região Autónoma da Madeira. Ainda assim, o organismo destaca a região do Porto, onde se registaram 5,3% das dormidas totais em agosto e 6,2% do total desde o início do ano. “Os não residentes representaram 82,9% das dormidas registadas no conjunto dos primeiros oito meses do ano. Desde o início do ano, as dormidas neste município aumentaram 9,6%”, diz o INE.

Apesar de terem a maior quota no mercado turístico, os hotéis apresentaram uma taxa de variação mais baixa em relação ao alojamento local e ao turismo em espaço rural e de habitação. Assim, enquanto no caso dos hotéis se verificou um aumento de 2,2% nas dormidas, no alojamento local o crescimento foi de 14,9%, e no espaço rural e de habitação foi de 6,6%.

Em relação à hotelaria, o Algarve representou 34,5% das dormidas desde o início do ano, seguido pela Área Metropolitana de Lisboa, com uma quota de 24,5%. Já no alojamento local, desde o início do ano, a AM Lisboa concentrou 37,3% das dormidas, seguindo-se o Norte (quota de 21,0%).

No que diz respeito ao turismo em espaço rural e de habitação, o Norte concentrou 30,5% das dormidas totais nos primeiros oito meses do ano, seguindo-se o Alentejo (24,5%) e o Centro (20,6%).

Aliás, agosto foi o melhor mês de sempre para o turismo no Centro de Portugal em número de dormidas, hóspedes e proveitos hoteleiros, revelou hoje o Turismo do Centro, com base em dados do INE.

Os resultados acumulados de janeiro a agosto de 2019 são também claramente positivos: “Se consideramos o conjunto acumulado do ano, de janeiro a agosto de 2019, os números do Centro de Portugal são também muito positivos, deixando antever que este vai ser o melhor ano de sempre para o turismo na região”, refere a entidade regional presidida por Pedro Machado.

Quanto à estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico, esta caiu 3,7% (2,88 noites). Mas a média dos residentes decresceu 4,4%, enquanto a dos não residentes recuou 3,2%. “Neste mês, este indicador registou decréscimos em todas as regiões, verificando-se as maiores reduções no Algarve (-7,1%) e RA Madeira (-2,9%). Na RA Madeira e Algarve, as estadas médias atingiram 5,37 noites e 4,39 noites, respetivamente”, diz o documento.