Andrew Johnson
Resquícios da Guerra civil
Na altura da Guerra Civil americana, grande parte do Partido Democrata apoiava a escravatura e quando o republicano Abraham Lincoln foi eleito Presidente, os democratas do Sul anunciaram a secessão da União para formar os Estados Confederados da América. Andrew Johnson foi o único senador do partido a dissidiar, prestando aliança à União. Na sequência do assassinato de Lincoln, em 1865, Andrew Johnson tomou o cargo da presidência. Encerrado o conflito, debatia-se a chamada “Reconstrução” do país e Johnson não tinha mão dura no Sul, cujos estados resistiam na integração na União e na libertação dos escravos. Numa Câmara dos Representantes dominada pelo Partido Republicano, Johnson vetou constantemente legislação que defendia os direitos dos escravos libertados. A disputa culminou em 1868, quando Johnson tentou demitir o seu secretário de Estado para a Guerra, Edwin Stanton, que tinha servido na administração de Lincoln e tinha tido um papel determinante na vitória da União na Guerra Civil e defendia uma posição mais firme em relação ao Sul. Em março desse ano, a câmara destitui Johnson. O processo subiu para o Senado e depois de um julgamento polémico, Johnson só não foi retirado da Casa por uns meros três votos finais, dos necessários dois terços.
Richard Nixon
Watergate
Richard Nixon não foi destituído: demitiu-se antes de o ser, acabando por ser o único Presidente americano a sair da Casa Branca por conta própria. Vamos por partes. Nixon foi reeleito em 1972, tendo saído com vantagem de um realinhamento político dos turbulentos anos 1960, quando o apoio do Sul dos Estados Unidos se transferiu para o Partido Republicano na sequência do Civil Rights Act, que reforçou os direitos civis dos negros no país. Legislação esta introduzida durante o mandato do seu antecessor Lyndon B. Johnson, o qual não procurou a oportunidade de ser reeleito. Pouco meses antes da reeleição de Nixon, surgiu o escândalo Watergate, que revelou operações clandestinas e atividades ilegais empreendidas por membros da sua administração: perseguição política a grupos ativistas e a figuras políticas e a introdução de escutas nos escritórios dos seus rivais. A mais grave, e daí o nome, foi quando cinco homens da sua campanha foram apanhados a invadir a sede de campanha do Partido Democrata, no complexo Watergate. Mesmo sendo reeleito, os escândalos sucederam-se e Nixon tentou sempre encobrir o seu envolvimento. Foi perdendo apoio popular, inclusive do seu partido. Quando a Câmara dos Representantes iniciou o processo de destituição, em julho de 1974, o comité judicial aprovou três artigos: abuso de poder, obstrução de justiça e desrespeito pelo Congresso. Pouco tempo antes do voto, em agosto, foi publicada uma escuta que provava o seu envolvimento. Nesse mesmo mês, demitiu-se.
Bill Clinton
Escândalo sexual
Em dezembro de 1998, a Câmara dos Representantes votou para destituir o Presidente Bill Clinton sob a acusação de perjúrio e abuso de poder. O que desencadeou o impeachment foi a sua relação com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, então com 22 anos, que se iniciara em 1995. Num espaço de um ano, Lewinsky e Clinton tiveram relações sexuais na Casa Branca quase uma dúzia de vezes – o que preocupou a equipa do Presidente. Em 1996, Lewinsky foi transferida para o Pentágono. Aí, confidenciou a uma colega que desgostava dos Clinton, Linda Tripp, que havia tido relações sexuais com o chefe da Casa Branca. Tripp, por sua vez, contou a a um jornalista da Newsweek, Michael Isikoff, que Bill Clinton tinha tido um caso com uma estagiária, mas sem mencionar o nome de Lewinski. Passado um ano, em 1997, Tripp gravou as conversas que teve com Lewinsky e entregou-as a Isikoff. A partir daí a novela consumiu o país nos 11 meses seguintes e dividiu-o politicamente. O caso levou Bill Clinton a proferir um discurso televisivo endereçado à nação onde admitira ter tido uma relação inapropriada com Lewinsky, sem ter mencionado a palavra “sexo”. Na altura, a então estagiária disse que a sua relação com o homem mais poderoso do mundo tinha sido consensual. Hoje, passou a vê-la como um “grave abuso de poder”. O Presidente, por sua vez, não foi retirado da Casa Branca pelo Senado, onde apenas 45 senadores votaram pela sua destituição.
{relacionados}