Euro 2020. A margem de erro já lá vai: a partir de agora, é mesmo preciso começar a ganhar

Euro 2020. A margem de erro já lá vai: a partir de agora, é mesmo preciso começar a ganhar


Portugal entrou na fase de apuramento para o próximo Campeonato da Europa com dois empates caseiros e está agora obrigado a somar resultados positivos, desde já, sob pena de deixar fugir a qualificação direta. É certo que ainda existe a almofada do playoff, ganha com a vitória na Liga das Nações, mas… talvez seja melhor…


O duplo compromisso que se segue para a seleção nacional, já este sábado na Sérvia e terça-feira na Lituânia, “não é determinante” para as contas lusas na qualificação para o Campeonato da Europa do próximo ano. A opinião é de Danilo, mas o calendário diz o oposto – e Fernando Santos também. Portugal, campeão europeu em título, iniciou esta fase de apuramento com dois empates caseiros (0-0 com a Ucrânia e 1-1 com a Sérvia, ambos no Estádio da Luz) e ocupa neste momento um pouco animador quarto lugar no grupo B, já a oito pontos dos ucranianos (que, ainda assim, têm mais dois jogos realizados).

“Portugal tem de ganhar os seis jogos. Não há outra conversa”, dizia Fernando Santos na conferência de imprensa onde revelou a lista de 25 convocados para estes dois embates. E a verdade é que novo tropeção – especialmente um desaire frente aos sérvios – pode causar danos irremediáveis nas aspirações portuguesas, mesmo tendo a consciência de que se apuram diretamente os dois primeiros classificados do grupo. Ainda assim, caso falhe o grande objetivo, Portugal terá mais uma hipótese: a vitória na Liga das Nações garantiu-lhe desde logo um lugar no playoff.

Sérvios prontos para “provocações” Apesar dessa “almofada”, o apuramento direto é o grande (e declarado) objetivo da seleção nacional, agora quase sem margem de erro. “Dependemos de nós: se ganharmos todos os jogos, seremos primeiros classificados. Claro que a margem de erro diminui, mas a pressão em si não creio que esteja mais alta porque nós, como jogadores de alto nível estamos sempre sujeitos a essa pressão. Aumenta a responsabilidade, mas não a pressão em si”, garantia esta quinta-feira Danilo, ele que até foi o autor do golo – e que golo! – no primeiro jogo frente aos sérvios.

“Não digo que tenha sido um jogo negativo da nossa parte, mas não conseguimos a eficácia que queríamos nesse jogo. Vamos tentar ser mais verticais neste encontro, tentar ser mais objetivos também, mas acho que não há muito a mudar”, referiu o médio do FC Porto, considerando a Sérvia “um adversário muito competente”: “Defende bem e sai muito a jogar em contra-ataque, temos de ter cuidado nesse ponto. É uma equipa muito direta, que tem um avançado muito possante na frente, que consegue segurar bem o jogo e fazer com que a equipa suba e acho que isso é o mais difícil de contrariar. Se conseguirmos contrariar isso, estamos mais perto de ganhar”.

O avançado a que Danilo se referia é Aleksandar Mitrovic, que partilha o balneário no Fulham com o internacional português Ivan Cavaleiro e que, ao antever a partida no Marakana, casa do Estrela Vermelha, garantiu estar à espera de “provocações” lusas. “Está no sangue deles. Mas estamos prontos e vamos responder adequadamente. Vai ser um grande jogo, semelhante ao de Lisboa, vai ser difícil. Eles têm jogadores bons, no auge das suas carreiras, nos melhores clubes da Europa, mas nós também temos os nossos trunfos, uma boa equipa, um novo treinador [Ljubisa Tumbakovic] e jogamos em casa”, lembrou.

Uma estreia de ferro O início da preparação para o duplo confronto com Sérvia e Lituânia ficou marcado por uma troca na lista inicialmente elaborada por Fernando Santos: Pepe, central do FC Porto e o sexto jogador mais internacional de sempre por Portugal (106 jogos), lesionou-se no joelho direito na partida entre os dragões e o Vitória de Guimarães e acabou por nem integrar o estágio da seleção nacional. Para o seu lugar, o selecionador chamou Ferro, do Benfica, que assim se estreou em convocatórias para a seleção absoluta, a exemplo do que acontece com Daniel Podence, avançado do Olympiacos.

O lugar deixado vago por Pepe deverá ser ocupado por José Fonte, que assim fará dupla no centro da defesa com Rúben Dias, tal como aconteceu há três meses, no Porto, frente à Holanda (1-0), no jogo que valeu a conquista da Liga das Nações. A entrada de João Félix no onze, por troca com Gonçalo Guedes (o herói dessa final), deverá ser a outra alteração em relação a esse encontro: até agora, o jovem avançado alinhou apenas numa partida pela seleção, precisamente nas meias-finais dessa competição, num encontro decidido por Cristiano Ronaldo – hat-trick no triunfo por 3-1 sobre a Suíça.

De resto, tudo igual: Rui Patrício será o guarda-redes, com Nélson Semedo, como lateral-direito e Raphael Guerreiro no lado esquerdo. No meio-campo, Fernando Santos deverá voltar a juntar Danilo e William Carvalho em funções mais defensivas, libertando Bruno Fernandes e Bernardo Silva para terrenos mais adiantados.

Para já, uma boa notícia: no último treino da seleção nacional em Portugal – viajou à tarde para Belgrado –, o selecionador pôde contar com todos os atletas convocados. Um bom prenúncio para a partida deste sábado, que será dirigida pelo árbitro turco Cüneyt Çakir, de 42 anos. Nos restantes jogos europeus desta data FIFA, três árbitros portugueses serão igualmente os responsáveis máximos por jogos da qualificação para o Euro 2020: Artur Soares Dias vai apitar o escaldante Alemanha-Holanda, Tiago Martins ajuizará o Ilhas Faroé-Suécia e João Pinheiro será o árbitro do Islândia-Moldávia.