Jovens diabéticos viveram semana radical no Minho

Jovens diabéticos viveram semana radical no Minho


Incentivar a partilha de experiências e a prática de atividade física é um dos grandes objetivos deste tipo de iniciativas. A ideia, de acordo com a organização, é simples: mostrar que os diabetes não limitam.


Um grupo de jovens diabéticos viveram uma semana radical no Minho, superando todos os desafios, com atividades que reuniram quatro elementos: água, fogo, ar e terra. A ideia era simples: “incentivar a partilha de experiências e a prática de atividade física, mostrando assim que a diabetes não é limitadora”, segundo a presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal, Paula Klose, fazendo o balanço da iniciativa que envolveu 25 jovens e crianças.

O Parque Aventura DiverLanhoso, situado na Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, foi o palco escolhido pela associação para a colónia de férias, em que os participantes, sempre acompanhados por seis monitores da associação, tiveram a semana recheada de atividades desportivas e lúdicas, como canoagem, paintball, escalada e slide, entre outras. Os 25 jovens e crianças tiveram então a oportunidade de fomentar o espírito de equipa e partilhar experiências com todos os participantes e os monitores, afirmou a mesma responsável.

“Nesta colónia de férias, os jovens terão a oportunidade de aprender a lidar com a diabetes e promover o espírito de desafio, através de desportos radicais, em que preparámos várias atividades para que os participantes conseguissem divertir-se ao mesmo tempo que provaram que a diabetes não impede que se leve uma vida saudável e se pratique desporto, desde que os níveis de açúcar no sangue sejam sempre controlados”, explicou Paula Klose.

“Esperamos que esta edição da colónia de férias permita mostrar a cada vez mais jovens que a diabetes não nos impede de fazer as atividades de que mais gostamos”, acrescentou ao i a responsável.

Durante toda a semana, os jovens foram sempre acompanhados por monitores experientes, alguns dos quais também já tinham sido participantes nas primeiras colónias. Um desses casos é Carlos Neves, que atualmente é voluntário, além de uma equipa médica constituída por pessoas que vivem com diabetes tipo 1, como as médicas pediatras Susana Castilho e Rute Machado. O balanço das duas não podia ser melhor: “Isto é espetacular, dá muita adrenalina”. Ainda assim, admitem que “ao principio mete um bocado de medo, mas estamos muto seguros, acabando por superar receios iniciais, e divertimo-nos muito”.

Gabriel Cachinho, com 11 anos, estudante do 7.o ano de escolaridade, garantiu ao i ter “gostado bastante desta experiência por ser radical e divertida”, acrescentando que “durante o ano não costumamos fazer isto nem nos divertimos tanto”.

Também Guilherme Ferreira, com 14 anos, aluno do 9.o ano, afirmou “ter sido uma tarde cansativa. É preciso muito esforço físico, não pensava que fosse tão cansativo, mas estou disposto a repetir esta experiência. Mesmo assim, vale a pena fazer o exercício”.

A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal é uma instituição particular de solidariedade social, sem fins lucrativos, e realiza há mais de 20 anos diversas iniciativas educativas, de desporto e de sensibilização para esta doença. Pelo seu caráter inédito e arrojado, ajuda os jovens com diabetes a enfrentar os estigmas que a sociedade ainda lhes atribui. Exemplos dessas iniciativas são a ascensão ao Pico, em 2011, as caminhadas regulares, a colónia de férias anual, a subida do Aconcágua, em 2009, na qual os jovens portugueses foram os primeiros diabéticos insulinodependentes do mundo a subir com sucesso a Via Transversa dos Polacos, e a ascensão do Kilimanjaro, em 2005, lembrou Paula Klose.