PDR. Marinho e Pinto não desiste e pondera avançar nas legislativas

PDR. Marinho e Pinto não desiste e pondera avançar nas legislativas


Admite que resultado nas europeias foi “muito mau”, mas não exclui ser cabeça-de-lista em Lisboa ou no Porto. “Os partidos tradicionais ficaram assustados e houve uma grande hostilidade”, diz o ex-eurodeputado.


Marinho e Pinto admite que o resultado das eleições europeias foi “muito mau”, mas não desiste e já está a preparar as listas do PDR para as eleições legislativas. O advogado não descarta mesmo a hipótese de vir a liderar a lista por Lisboa ou pelo Porto. “Ainda estou a ponderar. Se o fizer, será por Lisboa ou pelo Porto. Mas é certo que vamos apresentar listas nas eleições legislativas”, diz ao i Marinho e Pinto.

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados foi a grande surpresa das eleições europeias em 2014. Liderou, na altura, a lista do Movimento Partido da Terra (MPT) e conseguiu eleger dois eurodeputados com 7,14% dos votos. Cinco anos depois, Marinho e Pinto candidatou-se pelo PDR, mas conseguiu apenas 0,48%. Contas feitas, perdeu mais de 200 mil votos. “Foi muito mau, mas talvez nenhum partido tenha sido, em democracia, tão ostracizado e tão atacado pela comunicação social”, diz.

Os cinco anos em que esteve no Parlamento Europeu foram bastante conturbados. Pouco tempo depois de ter sido eleito pelo MPT, o advogado entrou em rutura com este movimento e decidiu criar um novo partido político.

Foi neste contexto que no dia 5 de outubro de 2014 nasceu o PDR (Partido Democrático Republicano), com a ambição de ser o partido mais popular de Portugal. A realidade seria bem diferente e o PDR depressa se viu envolvido em guerras internas que levaram à saída de vários militantes. O ex-dirigente socialista Eurico Figueiredo, que esteve entre os fundadores do PDR, foi um dos primeiros a bater com a porta. Numa carta aberta, publicada uns meses depois do nascimento do partido, o ex-deputado acusou Marinho e Pinto de não ter “o menor respeito pela democracia dentro do PDR”.

Como se não chegasse, o vice-presidente do partido, Pedro Grancho Bourbon, apareceu, em 2016, envolvido no rapto e homicídio do empresário bracarense João Paulo Fernandes.

“Ficaram assustados” Marinho e Pinto não encontra nos problemas internos a explicação para o desastre eleitoral. O fundador do PDR garante que “houve uma hostilidade muito grande” dos partidos tradicionais porque “ficaram assustados com aquela votação para o Parlamento Europeu e reagiram dessa forma”.

O antigo eurodeputado não deixa, porém, de admitir que o PDR falhou ao não conseguir captar os eleitores mais insatisfeitos. “Este partido nasceu para tentar captar o eleitorado abstencionista. Não conseguimos. Mas a abstenção é uma bomba- relógio que está à espera de um chefe”.

Para Marinho e Pinto, o risco é que esse eleitorado seja captado pela extrema-direita, porque “a política está ao serviço de quem a faz e não ao serviço das pessoas. Os privilégios dos políticos são cada vez mais escandalosos e a comunicação social deixou de cumprir a sua função quando passou a ser parte do poder em vez de ser um contrapoder”.

“Falhámos” O PDR estreou-se nas últimas eleições legislativas, em 2015, mas o resultado ficou aquém das expetativas. “Falhámos porque pretendíamos eleger um grupo parlamentar e não conseguimos”, disse, na noite eleitoral, Marinho e Pinto. O PDR conseguiu 1,14%, o que corresponde a quase 62 mil votos. Apesar de não conseguir eleger nenhum deputado, o PDR conseguiu mais votos do que o Livre de Rui Tavares e ficou a menos de 15 mil votos do PAN.

Nas próximas eleições terá, porém, de competir com novos partidos como o Aliança, liderado por Pedro Santana Lopes, ou o Chega, de André Ventura.

Congresso O PDR só deverá realizar o seu congresso após as eleições legislativas, apesar de já ter terminado o mandato do presidente. Marinho e Pinto explica que o conselho nacional decidiu prolongar o seu mandato até às próximas legislativas, que se realizam a 6 de outubro, e “logo a seguir vai haver eleições para presidente do partido”. No site do PDR estão apenas disponíveis os nomes que integram o conselho nacional. A página da comissão política e do conselho de jurisdição aparece em branco.