O mundo está completamente parvo e uns tantos iluminados querem-nos obrigar a ver a vida pelos seus olhos carregados de proibições cretinas, onde as pessoas são o menos importante. A última “aiatolice” surgiu ontem com a anulação da participação numa corrida de galgos prevista para 13 de julho, organizada pela delegação da Cruz Vermelha de Vila do Conde, que procurava com o evento angariar fundos para a instituição. Por pressão da SOS Animal, Francisco George, presidente da Cruz Vermelha de Portugal, descobriu repentinamente que a corrida não se insere nos valores que defende a instituição a que preside. Este acordar tardio de Francisco George é lamentável, até por ceder à vontade de uns tantos fundamentalistas que nos querem dizer o que é certo e o que é errado.
Mas vamos por partes. Dizem os “falsos” amigos dos animais que, “para as corridas de galgos, estes são sujeitos a treinos extremamente violentos” e, muitas vezes, sujeitos “à administração de doping. Quando já não estão aptos para correr, ainda em tenra idade, são abandonados ou mortos”.
É óbvio que ninguém concorda com os maus-tratos e abandono dos galgos, mas isso tem alguma coisa a ver com a preparação de uma competição? Estes amigos dos animais alguma vez viram os Jogos Olímpicos? Nunca se preocuparam com a preparação a que as ginastas são sujeitas desde tenra idade? Ou acham que as atletas chegam a um nível quase de perfeição sem treinos duríssimos? Que se saiba, os galgos caracterizam-se precisamente pela sua velocidade, e se correm atrás de um coelho elétrico é precisamente porque isso faz parte da natureza. Mas pode ser que a SOS Animal queira decretar o fim da selva para que os leões não comam os animais mais frágeis.
Por este andar, vão proibir o ciclismo, as maratonas, os combates de boxe, perdão, isso mete pessoas e não tem problema, mas já os cavalos de corrida devem ter os dias contados à conta destes “aiatolas”. Veremos o que diz hoje o Parlamento, onde propostas do BE e do PAN vão defender o fim das corridas de galgos. O mundo está definitivamente louco por ir atrás destes fundamentalistas que sonham com um mundo onde as pessoas andam à trela, puxadas pelos animaizinhos. Os “aiatolas” amigos dos galgos e inimigos das pessoas Vítor Rainho EDITORIAL