Vaticano chama género não-binário de “fictício”

Vaticano chama género não-binário de “fictício”


Documento não está assinado pelo Papa Francisco, mas inclui citações suas


Pode ler-se no documento que o mundo enfrenta atualmente uma "crise educacional" no campo da sexualidade e que o "processo de identificação da identidade sexual" está a ser dificultado pela "construção fictícia" conhecida como "género neutro" ou "terceiro género".

O Vaticano tem sido criticado por grupos LGBTQ depois de ter publicado um guia sobre a sexualidade para escolas católicas em todo o mundo onde descreve o género não-binário como "fictício". O documento intitulado “Homem e Mulher que Ele criou” foi divulgado pelo Ministério da Educação da Igreja na segunda-feira e é dirigido a pais, alunos, líderes de escolas e bispos. 

Pode ler-se no documento que o mundo enfrenta atualmente uma "crise educacional" no campo da sexualidade e que o "processo de identificação da identidade sexual" está a ser dificultado pela "construção fictícia" conhecida como "género neutro" ou "terceiro género", citando a CNN.

Vários grupos da comunidade LGBTQ condenaram a atitude da Igreja Católica, como o ministério New Ways que afirma que o documento é "uma ferramenta prejudicial que será usada para oprimir e prejudicar não apenas as pessoas transgénero, mas também lésbicas, gays e bissexuais". 

O diretor executivo do New Ways, Francis DeBernardo, disse que as palavras utilizadas podem levar as pessoas que se encontram a lutar com questões de identidade de género e orientação sexual a sentirem-se incompreendidas e a cometerem suicídio.  

"A única verdade que o documento revela é que o Vaticano continua mal preparado para discutir género e sexualidade no mundo moderno", disse DeBernardo. "O Vaticano permanece na idade das trevas, promovendo um falso ensino que se baseia em mitos, rumores e falsidades". 

O padre James Martin, autor de "Building a Bridge", que analisa a relação entre a Igreja Católica e a comunidade LGBT, considera que a posição da Igreja, defendida no documento, “abre a porta – e bem – a um diálogo, põe de lado experiências reais das pessoas da comunidade LGBT”.

No documento é ainda referido que "o sexo de uma pessoa é o que determina a identidade masculina ou feminina", é também sublinhada a importância do género para a família como instituição.

Sublinhe-se que o documento não está assinado pelo Papa Francisco, mas inclui citações suas.