Em 2018 foram vendidas por dia mais de 400 embalagens de pílula do dia seguinte

Em 2018 foram vendidas por dia mais de 400 embalagens de pílula do dia seguinte


Só no ano passado, os portugueses gastaram cerca de 2,4 milhões de euros em pílulas do dia seguinte.


Foram vendidas mais de um milhão de embalagens de pílulas do dia seguinte entre 2012 e 2018.

De acordo com os dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), citados pelo Correio da Manhã, só no ano passado foram compradas 169.381 caixas do medicamento em Portugal, o que corresponde a cerca de 464 embalagens por dia.

Segundo os mesmos dados, entre 2016 e 2017 houve uma diminuição de vendas de 7%.

"A diminuição do consumo de contracetivos de emergência é sempre boa, mas um milhão de embalagens vendidas em sete anos é muito preocupante", disse Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, em declarações ao Correio da Manhã.

Rui Nogueira defende ainda a “necessidade” de se realizar um estudo “para apurar causas”.

Segundo o mesmo jornal, nos últimos sete anos, a comercialização de contracetivos de emergência rendeu cerca de 145 milhões de euros aos laboratórios, uma vez que os portugueses optaram por comprar uma pílula com um custo médio de 14,55 euros, a opção mais barata das duas disponíveis nas farmácias: o levangorgestrel (que deve ser tomados nas primeiras 72 horas após o ato sexual) e o ulipristal (com uma atuação de 120 horas e que custa 23,95 euros).

Só no ano passado, os portugueses gastaram cerca de 2,4 milhões de euros em pílulas do dia seguinte.

"O que nos parece é que há pessoas a utilizar de forma recorrente a pílula do dia seguinte, ainda que seja um método de último recurso", frisou Rui Nogueira.

“Acho que tem de haver alguma medida de controlo e/ou referenciação. Por exemplo, quando uma pessoa vai comprar uma pílula do dia seguinte à farmácia, devia ser referenciada para consulta de planeamento familiar”, acrescentou, lembrando ainda os riscos associados à toma da pílula do dia seguinte.

“Os perigos têm que ver com uma concentração elevadíssima de hormonas num curto espaço de tempo. Há, por exemplo, o risco de embolia pulmonar, que em alguns casos é fatal. As mulheres fumadoras, hipertensas, obesas, por exemplo, têm risco acrescido”, destacou.