MAI reage a atrasos no lançamento de campanha de apelo ao voto

MAI reage a atrasos no lançamento de campanha de apelo ao voto


Tutela confirma que campanha não começou a 27 de abril, conforme estabelecido no caderno de encargos, mas sim a 2 de maio. Diz, porém, que não houve esquecimento e que é falsa a informação comentada por alguns partidos ao i de que a campanha ainda não começou.


O Ministério da Administração Interna (MAI) reagiu ontem às notícias publicadas nos últimos dias que dão conta de que uma campanha lançada para apelar ao voto nas eleições deste ano (com um custo de mais de 500 mil euros ) não foi lançada a 27 de abril, conforme inicialmente definido, para que pudesse estar um mês no ar até ao dia das eleições europeias. De acordo com a tutela, “a campanha de esclarecimento teve início a 2 de maio e está a ser emitida e difundida em todos os canais e suportes previstos: televisão, rádio, imprensa, mupis, redes digitais e transportes públicos” – uma informação que confirma o atraso face ao inicialmente estabelecido no caderno de encargos: 27 de abril.

Além disso, o ministério de Eduardo Cabrita diz ser totalmente desprovido de sentido que “o MAI se tenha ‘esquecido’ de aprovar os anúncios da campanha”, isto porque o Sol revelou que os atrasos se deverão ao facto de a Secretaria-Geral do MAI ter demorado a aprovar os conteúdos – filmes para TV e spots para rádios – produzidos pelo prestador de serviços escolhido por concurso público, neste caso, a Altice-Meo.

Depois de o caso ter sido tornado público, ontem, o PSD, o CDS e o Nós, Cidadãos! reagiram ao i de forma crítica. Paulo Rangel, cabeça-de-lista pelo PSD às europeias, afirmou que o caso é preocupante e que, por isso, se exigem esclarecimentos do ministro da Administração Interna: “Nós estamos praticamente a 15 dias das eleições europeias e a campanha ainda não arrancou. Receio bem que algo de errado se passe nisto tudo”.

Já do lado do CDS foi deixada a promessa de que serão pedidos esclarecimentos ao Governo. Fonte oficial lamentou “o desleixo, a negligência e o desvario”. Paulo Morais, cabeça-de-lista do Nós, Cidadãos!, foi mais longe e falou numa nova tentativa de os partidos do sistema desvalorizarem e esconderem as europeias.

No comunicado enviado ontem, o MAI diz ser “completamente falsa a informação, comentada por alguns partidos, de que a campanha não teve início”. Apesar de ter garantido que a campanha começou no dia 2 de maio (já depois da data estabelecida), a tutela não refere quais as ações que começaram nessa data. 

O semanário apurou, no entanto, que embora o prestador de serviços tenha fornecido o material a horas, a Secretaria-Geral do MAI apenas aprovou o filme para passar nas televisões a 29 de abril e os spots de rádio a 7 de maio – cinco dias após a data em que o MAI diz ter começado a campanha. No dia 6 de maio terão sido aprovados os conteúdos para os mupis.

Confrontada pelo Sol, a Altice-Meo garantiu ser alheia a qualquer atraso.