Foi encontrado, entre as lamas do rio Tâmisa, no Reino Unido, o esqueleto de um homem que viveu há cerca de 500 anos. A descoberta não seria tão extraordinária se o homem não tivesse calçado umas botas que, depois de tanto tempo, continuam intactas.
As botas são de couro – um material bastante caro durante a dinastia de Tudor –, têm sola extra e são revestidas com musgo ou um material semelhante que as torna mais resistentes. Esta descoberta aguçou a curiosidade dos investigadores que acreditam que se trata de uma morte prematura.
"Ao analisar as botas foi possível termos uma perspetiva fascinante da vida diária de um homem que viveu há 500 anos", disse Beth Richardson da empresa que lidera o projeto, MOLA Headland, à CNN. "Ajudaram-nos a entender melhor como terá feito a sua vida em condições tão difíceis, mas também como pode ter morrido. Foi um privilégio poder estudar algo tão raro e pessoal”, acrescentou.
Os investigadores acreditam que o homem será um pescador ou marinheiro devido à análise dos dentes que tinham marcas profundas nos dentes que deverá ter sido causadas “por uma ação repetitiva, como passar corda entre os dentes, como um pescador faria”. A análise da dentição permitiu também concluir que o homem teria 35 anos quando morreu.
Os arqueólogos estão a trabalhar na zona de Bermondsey devido à criação de um esgoto que debaixo da cidade.