EDP. Nunca numa conversa de elevador esteve tanto em jogo

EDP. Nunca numa conversa de elevador esteve tanto em jogo


O elevador da EDP na Web Summit tem atraído as atenções de todos. No total, a empresa tem 45 milhões de euros para investir em startups que ajudem o grupo e os seus clientes


Este pitch é impróprio para claustrofóbicos, mas ideal para aqueles que não têm medo de arriscar. O EDP Elevator Pitch tem recebido muitos empreendedores que querem ter a elétrica portuguesa como sua parceira. O grupo tem 45 milhões de euros para investir nas ideias que sejam mais proveitosas não só para a EDP, mas também para os seus clientes.

Imagine uma apresentação do género “Shark Tank”, mas num elevador, no meio da Feira Internacional de Lisboa, durante a Web Summit. Em apenas um minuto, fechado num elevador, tem de convencer o CEO da EDP a investir no seu negócio. O poder de síntese e de argumentação são fundamentais – são poucas as empresas que conseguem convencer estes “tubarões”.

“A EDP está na Web Summit à procura de novas tecnologias, novas soluções, startups com ideias promissoras que nos possam ajudar a ser uma melhor empresa e a servir melhor os nossos clientes”, explicou ao i Luís Manuel, administrador da EDP Inovação. “Para apoiar estas empresas, a EDP possui vários instrumentos que as ajudam a crescer e a desenvolver o seu negócio”, nomeadamente os programas de aceleração EDP Starters e EDP Open Innovation. 
O responsável destacou ainda a EDP Ventures, que gere o fundo de capital de risco corporativo do grupo, investindo nas startups mais inovadoras na área da tecnologia “limpa”, ou seja, empresas que ajudam a reduzir o impacto ambiental através da melhoria da eficiência energética e da sustentabilidade. A EDP Ventures dispõe de três veículos para investir: um para empresas portuguesas ou que queiram mudar-se para Portugal, outro para empresas brasileiras e um internacional. “Estes três veículos geram cerca de 72 milhões de euros, dos quais 27 já estão investidos. Por isso, temos 45 milhões de euros para investir ao longo dos próximos três anos”, explicou Luís Manuel. 

Mas não pensem que é fácil sair do elevador da EDP com um apoio: “Nós não gostamos de investir só por investir. Quando o fazemos é porque a empresa tem algo importante para o grupo EDP”, garante o administrador. Além disso, o ‘passeio de elevador’ é só a primeira etapa. Durante a Web Summit são realizadas reuniões mais longas com aqueles que fizeram as melhores apresentações, onde são debatidas as ideias desenvolvidas pelas startups e a forma como a empresa poderia ajudar no crescimento das mesmas. 

A presença de António Mexia no stand da EDP levou muitos empresários a tentarem a sua sorte no elevador da elétrica portuguesa. Resta saber se alguma das ideias apresentadas levou o CEO da EDP a ponderar avançar para além da “conversa de elevador”.

O pitch perfeito E quem está a dar mais nas vistas este ano? São muitos os empresários que têm passado pelo stand da EDP na FIL para apresentarem as ideias mais inovadoras em diferentes áreas. Luís Manuel explicou ao i que ainda é cedo para perceber quais as startups que atraíram mais atenções na edição deste ano da Web Summit, mas, tendo em conta o que aconteceu nos dois anos anteriores, o administrador da EDP Inovação mostra-se otimista.
“Nas últimas duas edições falámos com mais de 400 startups. Dessas, acabámos por levar a prova de conceito cerca de 20 casos e num deles acabámos por nos tornar investidores da empresa. É uma empresa israelita de cibersegurança”, revela o mesmo responsável. 

São muitas as empresas portuguesas que procuram a elétrica portuguesa enquanto investidor, mas o grupo começa também a ser um nome familiar nos meios tecnológicos internacionais: “O EDP Starters não é desconhecido para muitas das start-ups portuguesas, mas isso também já começa a acontecer em Espanha e no Brasil [onde a Starters também funciona].” 

Luís Manuel destaca também o Free Electrons, outro programa de aceleração de startups, gerido em conjunto com outras empresas internacionais. A vencedora da primeira edição deste programa, que decorreu no ano passado, foi a portuguesa BeOn Energy, uma empresa de sistemas solares DIY. Na edição deste ano houve duas portuguesas entre as 15 melhores: a Loqr, ligada à autentificação digital, e a Jungle.ai, uma empresa de e-learning aplicado a predictive analytics.