EUA e Japão organizaram exercício militar para “preservar capacidade” ofensiva

EUA e Japão organizaram exercício militar para “preservar capacidade” ofensiva


O Keen Sword foi o maior exercício militar até hoje nas águas internacionais próximas do Japão


As águas internacionais próximas do Japão foram este fim de semana palco do maior exercício militar, chamado Keen Sword, nessa zona. A esquadra do porta-aviões nuclear USS Ronald Reagan e um destruidor canadiano juntaram-se às Forças de Defesa japonesas, que destacaram um quinto do total da sua força operacional para o exercício. 

Ao todo, Washington, Tóquio e Ottawa mobilizaram 57 mil marinheiros, fuzileiros e pilotos, um aumento de 11 mil em comparação com o exercício do ano anterior. O grosso do dispositivo militar pertence ao Japão, 47 mil, um quinto do total das suas forças armadas. Simularam-se combates aéreos, desembarques anfíbios e exercícios de defesa contra mísseis balísticos.

“Estamos aqui para estabilizar e preservar a nossa capacidade caso seja necessária. Exercícios como o Keen Sword são precisamente o que precisamos de fazer”, disse o contra-almirante Karl Thomas, o comandante da esquadra naval, em conferência de imprensa no USS Ronald Reagan. “A aliança EUA-Japão é essencial para a estabilidade nesta região e para a Ásia-Pacífico”, complementou o contra-almirante japonês, Hiroshi Egawa. 

Sem nunca o referirem, o Keen Sword é uma demonstração de força numa região onde Washington e Tóquio se têm confrontado com a expansão da influência marítima e territorial da China. Mas também é um exemplo de um Japão militarmente mais ousado, seja por causa da China ou da Coreia do Norte. 

Há anos que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, quer alterar a Constituição japonesa, nomeadamente o artigo 9.º, que interdita o recurso à força militar na política externa, para poder desenvolver as forças armadas sem restrições e, assim, fazer frente às ameaças com que o Japão se confronta. Entretanto, Abe tem tentado aprofundar o diálogo com Pequim para diminuir as tensões e desenvolver a cooperação económica entre duas das maiores economias asiáticas.