Combinar refeições ou ir à praia já não é sinónimo de deixar o seu amigo de quatro patas em casa, pelo menos nalguns sítios do país. Mas para isso tem de respeitar determinadas regras. “É uma questão de civismo e de a pessoa (dono do animal) avaliar se há condições ou não para manter o animal no restaurante”, explicou Jorge Cid, bastonário da Ordem dos Veterinários, em entrevista ao i.
No entanto, para aceitarem animais, os estabelecimentos têm de estar devidamente sinalizados, com um dístico na entrada – uma alteração que, aparentemente, não convenceu o setor. Ao i, a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) garante que, até à data, a solicitação dos dísticos tem sido fraca, sem adiantar um número concreto.
A verdade é que a associação já tinha admitido que isso iria trazer algumas responsabilidades acrescidas “para os proprietários de estabelecimentos, nomeadamente em termos de higiene e segurança alimentar”, uma das razões maiores para que os restaurantes não adiram em massa.
Mas, para alguns estabelecimentos “amigos dos animais”, não foi a lei que veio mudar a forma como olham para esta questão, visto que, antes, estes já permitiam a visita de animais. “Os animais de companhia fazem parte natural da vida das pessoas e devem ter o direito de as acompanhar, como estão habituados”, diz ao i o responsável do restaurante Oriente no Porto, Rui Silva.
Estes animais terão, no entanto, de estar presos, não podem circular livremente e os donos dos estabelecimentos podem definir áreas específicas para os animais.
A divisão de espaço é um dos requisitos essenciais, como explica Jorge Cid: “O restaurante não é um local aprazível para os próprios animais, há vários cheiros e pessoas estranhas, e eles terão de estar ali confinados (…) Uma coisa completamente diferente são as esplanadas.”
O mesmo esclarece o gerente da Antiga Leitaria Bistro, Jorge Mendes, que já permitia a entrada de animais, mas defende a divisão de espaço: “Na esplanada interior não há qualquer problema, até porque achamos que os animais podem entrar, ainda que de uma forma limitada; na sala não permitimos por causa do pelo e da higiene.”
IR APANHAR BANHOS DE SOL OU ÀS COMPRAS À semelhança do que acontece nalguns estabelecimentos de restauração, o seu animal também pode fazer-lhe companhia noutros planos.
No primeiro centro comercial dog- -friendly em Portugal, o Alegro Alfragide, o seu melhor amigo já pode entrar consigo em algumas lojas onde é permitada a entrada a animais. Para isso é preciso que se faça acompanhar do documento de identificação, boletim de vacinas, registo de microchip e seguro de responsabilidade civil do cão, documentos que têm de ser apresentados à entrada do estabelecimento.
Apanhar banhos de sol ou só passear pela praia também pode ser um plano a dois. “O animal não pode incomodar as pessoas e temos de olhar para as regras de higiene e saúde (…) Sempre com bom senso, e não levar os animais que possam causar distúrbios para uma praia apinhada de gente”, explica Jorge Cid.
Nas praias não concessionadas e sem sinalização da câmara municipal em contrário, pode levar o seu amigo de quatro patas mediante determinadas regras. Já nas praias concessionadas, ele só pode entrar se a sinalética o permitir – uma situação que nem sempre é respeitada.
É claro que todas estas regras não têm em conta os cães necessários para auxílio de pessoas com deficiência visual, auditiva, mental e motora.