Surfistas queixam-se de falta de espaço para surfar nas praias da Costa da Caparica

Surfistas queixam-se de falta de espaço para surfar nas praias da Costa da Caparica


“Nas praias concessionadas não podemos utilizar as zonas para banhistas, como é normal, mas agora também estamos impedidos de praticar nos corredores para surfistas”.


Vários surfistas que costumam praticar a modalidade nas praias da Costa da Caparica estão a queixar-se da falta de espaço para poderem surfar, depois de terem sido impedidos de fazer surf nos espaços que utilizavam habitualmente e que estão agora reservados para uso exclusivo das escolas de surf.

À agência Lusa, o capitão do porto de Lisboa – que tem jurisdição sobre as praias da Costa da Caparica – considera que há espaço para todos e que "tem havido equilíbrio na utilização das praias". No entanto, admite que, por vezes, ocorrem alguns incidentes quando há maior pressão por parte de banhistas ou dos surfistas.

Alguns surfistas que não pertencem a nenhuma escola de surf, alegam que estão a ser afastados das zonas que costumavam utilizar para surfar nas águas da Costa da Caparica, no distrito de Setúbal, defendendo que é necessário fazer-se uma clarificação sobre os espaços que podem – ou não – utilizar. "Nas praias concessionadas não podemos utilizar as zonas para banhistas, como é normal, mas agora também estamos impedidos de praticar nos corredores para surfistas, que estão reservados para uso exclusivo das escolas de surf", declarou à Lusa o surfista Tiago Lamelas.

"Até agora, as escolas de surf não nos têm impedido de utilizar os espaços que lhes estão atribuídos para uso exclusivo, e que eles pagam, mas a qualquer momento podem impedir-nos de utilizar aqueles corredores. Pendo que também deveriam definir zonas de utilização para os surfistas eventuais", disse ainda.

Para o surfista, é importante que haja uma clarificação das zonas em que estes podem ou não surfar, até de forma a evitar incidentes como o que ocorreu na passada quinta-feira, em que a Polícia Marítima apreendeu as pranchas a alguns surfistas que estavam em zona de banhistas.

O capitão do porto de Lisboa, comandante Coelho Gil, em declarações à agência Lusa desvalorizou os "incidentes que têm ocorrido pontualmente", e afirmou-se convicto de que há espaço para todos. "Os corredores (das praias) estão definidos, as escolas funcionam nos corredores, os praticantes eventuais praticam o surf nas áreas que não estão atribuídas aos banhistas. E, até agora, apesar das dezenas de milhares de pessoas que utilizam a Costa de Caparica para fruição de tempos livres e para fazer praia, tem havido equilíbrio em termos de banhistas, surfistas eventuais e escolas de surf", indicou.