Mais de metade (55%) dos estudantes colocados na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior foram admitidos na primeira opção. A percentagem corresponde a um aumento de 5,7% em relação ao ano de 2017.
Mas esta não é a única tendência positiva revelada pelos dados avançados este fim de semana pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), relativamente aos candidatos colocados na primeira opção. Os números apontam, ao mesmo tempo, para uma maior procura de instituições no interior: houve um aumento de estudantes colocados em primeira opção nessa zona do país, algo que é especialmente evidente em Tomar, Portalegre, Bragança, Beja, Santarém, Castelo Branco, Setúbal, Vila Real e Guarda. Segundo a informação divulgada pelo ministério, “o total de estudantes candidatos em 1.ª opção em instituições localizadas em regiões de menor densidade demográfica aumenta 1.2%”.
A par disso, houve menos 3033 estudantes, face ao ano passado, a concorrerem em primeira opção a instituições de ensino localizadas nas principais cidades do país, Lisboa e Porto.
Quanto às admissões em primeira fase, no geral, no universo dos 49.362 candidatos ao ensino superior 43.992 ficaram colocados na primeira fase – consagrando-se, assim, este ano, como o segundo ano com mais colocados, atrás de 2010.
Média mais alta é de 18,94 valores
O candidato com a média de entrada mais alta – 18,94 valores – é luso-venezuelano e ficou colocado no curso de Engenharia Civil (ensino em inglês) da Universidade da Madeira.
Juan Baptista, de 20 anos, é neto de madeirenses e voltou para a Madeira há três anos, devido à situação vivida na Venezuela.
Segundo os dados divulgados pelo MCTES, é o único candidato colocado no curso, que tem um total de 20 vagas. Apesar disso, Juan Batista disse à Lusa que o curso que escolheu “sempre foi o sonho”. Contudo, não se sabe ainda se o curso vai mesmo abrir, tendo em conta ter ficado com 19 vagas em aberto.
Mais camas para estudantes
Segundo o MCTES, 42,3% dos estudantes do ensino superior público são deslocados. A média de camas disponíveis fica-se pelos 13%, um número claramente insuficiente para as necessidades. Para aumentar as respostas, o governo anunciou a celebração de protocolos de recuperação de cerca de 30 imóveis – o que representa a disponibilização, no futuro, de mais 1500 camas espalhadas por diversas instituições universitárias como a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Universidade de Lisboa, a Universidade de Coimbra, o Instituto Politécnico de Leiria, o Instituto Politécnico de Coimbra, a Universidade de Évora, a Universidade do Porto ou a Universidade de Aveiro. Segundo estimativas da tutela, as obras vão ascender a 10 milhões de euros.
Entre os alunos deslocados, 41,9% são de licenciatura, 48,3% de mestrados integrados, 38,9% de mestrado, 35,7% de doutoramento e 40,9% de cursos técnicos superiores profissionais.
Esta não é a primeira medida do governo que visa a criação de alojamento universitário. A tutela apresentou, em maio deste ano, o Programa de Arrendamento Acessível (PNAES), que financia autarquias e instituições de ensino superior público que detenham edifícios que possam ser destinados a residências estudantis.