Rentrée. O espetáculo tem de continuar

Rentrée. O espetáculo tem de continuar


A temporada dos grandes festivais já terminou e as festas populares estão a acabar mas a música vai continuar. A temporada de outono está a chegar como um relâmpago e tem de tudo: mais festivais, consagrados e estreantes


Concertos 

Feist: 8 e 9 de setembro

Feist esteve seis anos sem gravar e o álbum “Pleasure”, do ano passado, não matou a fome a todos os que aguardavam por novos “I Feel It All”, “1, 2, 3, 4” ou “My Moon My Man”. Um tempo igual passou sobre a última visita da canadiana a Portugal. E como a carreira de Feist não depende de um só disco, este é um regresso para celebrar sem gritar. 
Onde: Theatro Circo (Braga) e Coliseu dos Recreios (Lisboa)

U2: 16 e 17 de setembro

O (duplo) concerto de maior cartaz até ao final do ano. Criticados, descredibilizados e até desprezados pelas gerações nascentes, os U2 continuam a esgotar digressões e a ser uma das bandas mais lucrativas. Os discos novos já não têm impacto mas a memória é indestrutível e a espetacularidade dos concertos move multidões. E pela primeira vez, em sala.
Onde: Altice Arena, Lisboa

Mercury Rev: 27 de setembro

Um dos mais fascinantes grupos de canções de final dos anos 90 recriado na íntegra. “Deserter’s Song” renasce no 20.º aniversário. O álbum da vida dos Mercury Rev é um mapa das estrelas. Um manual do sonho guiado pelo encantamento de “Goddess on a Hiway”, ““Delta Sun Bottleneck Stomp” e, principalmente, “Opus 40”. O passeio pela memória parte de Santa Apolónia.
Onde: Lux, Lisboa

Tribalistas: 21 e 23 de outubro

Não é só a primeira viagem dos Tribalistas a Portugal. É a primeira vez que Marisa Montes, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown aceitam dar vida aos Tribalistas em palco. Quinze anos depois de um clássico instantâneo no Brasil e em Portugal, e de um segundo álbum com a participação nada discreta de Carminho. Pode ser a primeira e última oportunidade. 
Onde: Altice Arena e Coliseu do Porto

Unknown Mortal Orchestra: 29 e 30 de outubro

Psicadelismo disfarçado de uma das bandas agitadoras da pop banhada pelo sol. Ruban Nielson tirou o doutoramento em refrões e a tese é defendida por “So Good At Being At Trouble”, “Can’t Keep Checking My Phone” ou “Swim and Sleep (Like a Shark)”. São presença assídua em festival mas em sala, é cada vez mais raro poder ver as bandas da classe média. 
Onde: Hard Club (Porto) e Aula Magna (Lisboa)

Idles: 26 e 27 de setembro

Descobrir uma banda de rock perigosa, combativa e credível é como encontrar petróleo no quintal. É quase impossível mas ainda há esperança. E em 2018, esse resto de gasolina no depósito dá pelo nome de Idles.  “Joy As An Act of Resistance”, o segundo álbum que chegará esta sexta-feira, bebe do punk mas não vive em 1977. Tem personalidade e nervo. 
Onde: Hard Club e Lisboa Ao Vivo

Festivais

Festival Lux Interior: 3 a 15 de setembro

Um festival de cunho local e cartaz internacional. Coimbra foi durante anos uma capital não oficial do rock’n’roll em Portugal e a herança continua viva. O festival liga os motores no dia 3 com os Luna, de Dean Wareham, para se realizar de 13 a 15 de setembro com o “embaixador honorário” Legendary Tigerman e os ressuscitados Belle Chase Hotel. 
Onde: Convento de São Francisco, Coimbra

Milhões de Festa: 6 a 9 de setembro

"A tradição já não é o que era”, clama o cartaz do Milhões de Festa, este ano retardado para setembro. O festival promete reinventar-se mas continua fiel à máxima de agitar durante o uso. Não há nomes grandes mas há gente muito relevante como Mouse On Mars, Squarepusher, os Tubarões, The Bug, Electriz Wizard e The Heliocentrics. E a famosa piscina.
Onde: Parque Fluvial de Barcelos

Festival Nova Batida: 14 e 15 de setembro

A batida já não é nova mas o festival é e fala não só para lisboetas, mas também para os turistas. Sobretudo os ingleses, familiarizados com os programas de Gilles Peterson, um dos grandes divulgadores da vanguarda rítmica, bandas como Mount Kimbie, Little Dragon e Maribou State, vozes como as de Seun Kuti e DJ como George Fitzgerald ou LTJ Bukem.
Onde: LX Factory e Village Underground, Lisboa

Jameson Urban Routes: 23 a 27 de outubro

O festival residente do Musicbox ainda não tem o cartaz fechado mas já se avista petróleo no Cais. Há Damien Jurado, o pacato escritor de canções de Seattle, antecedido por Sean Riley no dia 23. Os Mão Morta a acelerar para um novo álbum no dia 24. E o ícone do Gana, Ata Kak, descoberto pela Awesome Tapes From Africa. E os nórdicos Iceage no dia 27.
Onde: Musicbox, Lisboa

Festival para Gente Sentada: 16 e 17 de novembro

Não foi uma transferência sonante como a de Cristina Ferreira mas em 2015 o Festival para Gente Sentada mudou-se de Santa Maria da Feira para Braga e no Minho se fixou. Este ano, os primeiros nomes já são conhecidos: a revelação Marlon Williams e  Alice Phoebe Lou na primeira noite; Nils Frahm e Núria Graham na segunda. O cartaz ainda está em aberto.
Onde: Braga

Super Bock em Stock

Uma década depois da primeira edição, o Super Bock em Stock voltou ao nome com que nasceu mas não necessariamente à génese inicial. Aquele que foi um festival de sangue novo aposta em 2018 nesse principiante chamado Johnny Marr (Smiths, The The, Electronic) e nos já familiares Jungle. Para fervilhar há U.S. Girls, Natalie Prass e Conan Osiris.
Onde: Avenida da Liberdade, Lisboa