Romário de Souza Faria tem a ambição de chegar a governador do Rio de Janeiro. O antigo avançado do Barcelona e da seleção brasileira que se dedicou à política depois de encerrar a carreira nos relvados, está muito bem posicionado para alcançar esse feito, pelo menos a julgar pela recente sondagem do Ibope que o coloca à frente nas intenções de voto para as eleições de outubro.
De acordo com os números do instituto de pesquisa, Romário foi escolhido por 14% das pessoas inquiridas, seguido pelo ex-prefeito do Rio Eduardo Paes, com 12%, e do ex-governador do estado Anthony Garotinho, também com 12%. Com a particularidade de a candidatura deste último poder vir a ser impugnada pela justiça – tendo em conta que foi condenado e, portanto, inelegível para cargos públicos por oito anos.
É certo que a corrida ainda mal começou, a vantagem de Romário é curta e está mesmo dentro da margem de erro da sondagem que é de 3%, no entanto, a julgar pelo êxito que têm sido estes oito anos de política para o jogador formado no Vasco da Gama, não seria de estranhar que o terceiro melhor marcador de sempre do futebol mundial, com mais de mil golos, conseguisse mesmo chegar ao cargo mais alto do Palácio Guanabara.
Em 2010, quando concorreu a deputado federal, foi eleito como o sexto mais votado no estado; quatro anos depois, apresentou-se na disputa a um lugar de senador e conseguiu mais de 63% dos votos, num total de 4,6 milhões de votos.
Muitas vezes lembrado por ter dito numa entrevista “achava que política era lugar de ladrão e sacanagem. E eu acertei”, Romário, o baixinho, como é conhecido desde muito cedo por causa da sua baixa estatura, habituou-se rapidamente ao jogo de Brasília. Eleito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), desfiliou-se logo depois de eleito deputado. Voltou ao PSB em 2013, assumindo como presidente do partido no Rio de Janeiro, antes de concorrer e ganhar o seu lugar no Senado do Brasil. Para voltar a abandonar a formação política em 2017 e juntar-se ao Podemos e concorrer por eles a governador nestas eleições.
Garantindo que o novo partido a que aderiu tem “um modelo de fazer política mais conectado com a sociedade atual”, Romário, que sempre mostrou ambição de chegar a prefeito do Rio, resolveu dar um salto nas suas pretensões e em vez de se ficar pelo executivo da cidade está mesmo com vontade de assumir o governo do estado onde nasceu em 1966.
“Muito feliz em estar liderando, mesmo não sendo um político tradicional como outros da disputa. O carinho do povo só me anima a trabalhar mais e dar tudo de mim para resgatar o estado do Rio”, comentou Romário, através da sua assessoria de imprensa, depois de saber do resultado da sondagem do Ibope. O jogador de futebol passou relativamente incólume pelo primeiro debate entre os candidatos na TV Bandeirantes, algo que já não deverá acontecer no próximo, onde deverá ser o alvo principal dos seus adversários.