Alice Vieira  “Nunca me embebedei, mas gostava de saber qual a sensação”

Alice Vieira “Nunca me embebedei, mas gostava de saber qual a sensação”


A escritora não dispensa um bom marisco e a sua caminhada matinal pelo areal das praias da Ericeira. Numa ilha deserta, tem de ter consigo a sua “Santíssima Trindade”: Tolentino Mendonça, Ruy Belo e Nuno Júdice


Verão é sinónimo de…? 

Ericeira. É o sítio onde costumo passar não só as férias de verão, mas todo o tempo livre que tenho. 

Quais foram as suas melhores férias? 

As melhores férias de verão que tenho tido são na Ericeira. Quando era muito pequena, as minhas férias eram todas passadas numas termas, no norte, em Caldelas. Eu adorava estar lá porque me deixavam fazer tudo o que eu queria. Foram as melhores férias da minha infância. 

E as piores? 

Com os incêndios, as férias não são boas para ninguém, estamos sempre um bocado aflitos. Mas são contingências da vida. Tirando isso, não tenho más recordações.

Qual é a sua praia preferida? 

A praia do Sul [Ericeira]. Era a praia para onde eu ia sempre.

A que horas vai para a praia? 

Às 8 horas faço a caminhada e quando acabo fico na praia.

Faz desporto ou exercício físico durante as férias? Qual? 

Na Ericeira, o meu desporto é ir logo às 8 horas fazer a praia toda a pé, até ao fim, e voltar. Tirando isso, dou umas braçadas na piscina.

Qual é a melhor bola-de-berlim? 

Eu não gosto muito de bolas-de-berlim. Agora, bolos assim bons e com 800 mil calorias são os ovos moles de Aveiro. Houve um tempo em que ia muito para a praia da Costa Nova [Aveiro] e havia aquelas barraquinhas na praia.

De que marisco não prescinde nesta época? 

O marisco pode ser muito caro… Aquilo que não é tão caro são os percebes. Adoro percebes! E há outra coisa de que gosto muito e só há na Ericeira: os ouriços do mar. São muito bons! 

Férias é sinónimo de mais fotografias no Instagram ou de estar em modo offline durante dias? 

Eu acho que faço a mesma coisa. Sou um bocadinho fanática do Facebook, tanto nas férias como sem ser nas férias. Mas nesta altura somos levados a tirar mais fotografias….

Qual o objeto que leva sempre consigo na bagagem? 

Levo um objeto que acho que toda a gente leva na bagagem, que é o telemóvel. 

Com que figura pública gostaria de ir de férias e porquê? 

Eu? Com uma figura pública? Não! Eu gosto muito de passar as minhas férias sozinha e já me bastam as figuras públicas que vou encontrando. 

Se encontrar Marcelo Rebelo de Sousa na praia pede para tirar uma selfie? 

Eu tenho várias com ele. Sou muito amiga do prof. Marcelo há muitos anos. Tenho lá algumas fotografias com ele – selfies e não selfies.

Filme, livro e música que levava para uma ilha deserta? 

Os dois filmes da minha vida são o “Casablanca” e o “Breve Encontro”, com o Trevor Howard e a Celia Johnson. Livro? Tirando um de sobrevivência, que era o que eu levaria com certeza, levava poesia. A minha “Santíssima Trindade”: Tolentino Mendonça, Ruy Belo e Nuno Júdice. Quanto a música, sou muito clássica, gosto muito de música sem palavras. Mozart em todas as ocasiões.

O que não faz enquanto está de férias? 

Não vou a escolas nem a bibliotecas. Não me telefonem, não me peçam para ir falar com os meninos, com os professores, com alguém. Férias é para descansar.

Qual a viagem que ainda não fez e não pode deixar de fazer? 

Um sítio onde não tenha ido, não sei. Gostava de voltar era a Buenos Aires, na Argentina. É uma terra que eu amo de paixão. 

Vai cometer excessos nestas férias? 

Eu não sou muito de cometer excessos, nem nas férias nem fora de férias. Um amigo meu diz que eu não tenho nenhuma fotografia nestas férias em que não esteja com um copo na mão. E é verdade. Eu também faço isso sem ser em férias. [risos] Nunca me embebedei e gostava de saber qual é a sensação, deve ser uma sensação muito parva! Mas não sou de excessos. Felizmente, aguento bem o álcool…