Está fechada a transferência do ano na NBA: LeBron James vai jogar na próxima temporada – aliás, nas próximas três, tendo ainda mais uma de opção – nos Los Angeles Lakers. O jogador mais valioso da maior liga de basquetebol do mundo sentiu, aos 33 anos, a necessidade de deixar a sua casa (os Cleveland Cavaliers, que representou de 2003 a 2010 e, mais tarde, de 2014 até agora) para abraçar um novo desafio e voltar a apontar à conquista do tão desejado anel de campeão.
A mudança, obviamente, envolveu valores milionários – quase pornográficos, na verdade. Pelas quatro épocas, o King vai receber 154 milhões de dólares (cerca de 132 milhões de euros). São 33 milhões de euros por ano, 2,7 milhões por mês, 633 mil euros por semana, 90 mil por dia, 3,4 mil por hora, 62 euros e 4 cêntimos por minuto e 1,04 euros… por segundo. O salário, refira-se, será evolutivo: 30,5 milhões de euros no primeiro ano, 32 no segundo, 33,6 no terceiro e 35 no quarto (opcional). Números absolutamente impressionantes, que contribuem ainda mais para engrandecer a lenda daquele que é considerado por muitos já o melhor jogador da história da modalidade – inclusivamente à frente do mítico Michael Jordan.
Para já, a notícia mereceu a aprovação da maior figura de sempre dos Lakers: Kobe Bryant, que conquistou o ouro olímpico ao lado de Lebron James em 2008 e 2012. Assim que soube da contratação do King James, o antigo base, campeão por cinco vezes pelo conjunto de Los Angeles, deu as boas-vindas ao reforço, parabenizando o presidente Magic Johnson e o diretor-geral Rob Pelinka pela concretização do negócio.
Welcome to the family @KingJames #lakers4life #striveforgreatness @JeanieBuss @MagicJohnson and RP well done!!! 🙌🏾
— Kobe Bryant (@kobebryant) 2 de julho de 2018
E não foi o único a manifestar-se: é que agora, falar de Los Angeles é automaticamente pensar em Zlatan Ibrahimovic. E o polémico avançado sueco, que desde fevereiro alinha nos Los Angeles Galaxy, também foi lesto a reagir à transferência. “Agora, LA tem um deus e um rei”, disparou, referindo-se (obviamente) a si próprio como a figura divina.
Agora, venham Kawhi e Cousins Quatro vezes MVP da época regular da NBA (2009, 2010, 2012 e 2013) e três vezes das finais (2012, 2013 e 2016), LeBron James estava livre desde sexta-feira, quando rejeitou uma oferta de 35,6 milhões de dólares (cerca de 30,8 milhões de euros) por parte dos Cavs. Na época agora finda, o 23 (número que continuará a envergar nos Lakers), carregou o conjunto de Cleveland às costas até à final com os Golden State Warriors. A terceira derrota nos últimos quatro anos, todavia, seria a gota de água para o menino-homem de Akron, Ohio, que ali percebeu o fim de uma era nos Cavs.
Era tempo de mudar, e LeBron mudou. Na 16.ª temporada na NBA, irá pela primeira vez na carreira jogar numa equipa da Conferência Oeste, sempre com os olhos postos no título – e nos embates com os Golden State, a sua Némesis nos últimos anos. Os Lakers são a segunda equipa mais vitoriosa da história da prova (16 títulos, só atrás dos Boston Celtics, que têm mais um), mas já não conquistam a glória máxima desde 2009/10. Nas últimas cinco temporadas, de resto, falharam mesmo a presença nos playoff. Apostam, agora, numa reformulação total do elenco. Depois de LeBron, já se fala de movimentações por Kawhi Leonard, base dos San Antonio Spurs, e DeMarcus ‘Boogie’ Cousins, poste dos New Orleans Pelicans.
Venha quem vier, será sempre à volta de LeBron James que a equipa irá ser construída. Aos 33 anos, o King cumpriu pela primeira vez os 82 jogos da época regular, com médias de 27,5 pontos, 8,6 ressaltos e um recorde de carreira de 9,1 assistências, tendo feito provavelmente a melhor temporada de sempre em termos individuais.
Na hora da oficialização da mudança para a California, LeBron mereceu os elogios de Dan Gilbert, o proprietário do Cleveland Cavaliers com quem mantinha uma relação complicada nos últimos anos. Em comunicado, e ao contrário do que havia feito em 2010, quando James se mudou para os Miami Heat, Gilbert reservou apenas palavras de agradecimento para com o 23. “LeBron, vieste para casa e deste-nos o grande objetivo: vamos sempre lembrar-nos do dia 19 de junho de 2016, quando encerrámos a seca de 52 anos num indescritível campeonato que muitos pensaram nunca ver. Só tenho apreço e gratidão por tudo o que deste em todos os momentos que passaste com a camisola dos Cavaliers”, escreveu o dirigente, prometendo ainda considerar a retirada da camisola 23 no futuro.