Puigdemont acusa Governo espanhol de violar os seus direitos

Puigdemont acusa Governo espanhol de violar os seus direitos


O advogado do ex-presidente do governo regional catalão submeteu uma queixa contra o Governo espanhol na Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas


Espanha violou os direitos de Carles Puigdemont, ex-presidente do governo regional catão, ao forçá-lo ao exílio na Bélgica. É esta a acusação que o seu advogado entregou à Comissão de Direitos Humanos das Nações num documento com 37 páginas. 

Nesse documento, o Governo espanhol é acusado de ter "criminalizado" o movimento independentista catalão por via da "repressão". "O direito do candidato a participar no governo do seu país através de eleições democráticas foi eliminado e o direito do povo da Catalunha a eleger os seus representantes escolhidos para os governar foi frustrado por ações repressivas das autoridades centrais de Madrid", pode ler-se no documento. 

E o impedimento de Puigdemont tomar posse como presidente também está presente na queixa: "As séries de medidas tomadas pelas autoridades executivas e judiciais espanholas tornou impossível desempenhas os seus [de Puigdemont] deveres e responsabilidades como presidente da Catalunha democraticamente eleito".

"Como conseqüência, o candidato foi forçado contra sua vontade e em protesto para se afastar para permitir a nomeação de um candidato alternativo. Ele toma esse passo no interesse do povo catalão, para permitir que o parlamento catalão desempenhe sua função de governo, restabeleça uma autonomia para a região e, assim, avance a Catalunha ao longo da jornada para a independência ", acusa o ex-líder. 

Esta queixa a um organismo internacional vem no seguimento do anúncio do catalão em abandonar as tentativas de regressar como presidente da Generalitat, passando a pasta a Jordi Sànchez, deputado do Juntos pela Catalunha e ex-líder do movimento Assembleia Nacional Catalã. 

Apesar das duras críticas à postura do governo central, Puigdemont mantém disposto a retomar o "diálogo político" com Madrid em "nome do povo catalão" e para garantir a libertação dos "presos políticos" catalães. Recorde-se que Oriol Junqueras, ex-vice-presidente da Generalitat, e Joaquim Forn, ex-ministro do Interior catalão, continuam detidos sob as acusações de rebelião e sedição, tendo apelado às Nações Unidas sobre as suas "detenções ilegais". 

Por fim, Puigdemont deixou um alerta aos seus concidadãos: "Espanha está a empunhar uma espada de Damocles sobre a cabeça do povo catalão, implementando uma estratégia desenhada para o levar à submissão".