100 mil nas ruas pelos presos da ETA

100 mil nas ruas pelos presos da ETA


França disse que ia trasnferir os presos bascos para prisões bascas, no dia em que milhares saíram em Bilbau a defender uma solução política para os presos do conflito basco


Apesar da chuva, mais de 95 mil manifestantes ocuparam durante sábado as principais avenidas de Bilbau para reivindicar, que anos depois da ETA ter terminado unilateralmente o conflito armado que tinha com o Estado espanhol, a questão dos cerca de 500 presos bascos detidos em prisões em toda a Espanha fosse discutida. 
As famílias dos presos querem ver cumprida a legislação espanhola que obriga que um preso esteja na prisão mais perto de sua casa, para permitir que possa ser visitado facilmente pelos seus familiares. Durante os governos de González do PSOE e de Aznar do PP, foram aprovadas legislações excecionais “para quebrar os coletivos de presos da ETA”, em que se permitia que os prisioneiros bascos, ao contrário dos de crimes comuns, estivessem detidos a milhares de quilómetros do País Basco, como forma de tornar quase impossível as visitas de familiares. Em resultado dessa política, dezenas de familiares faleceram, em desastres de viação, quando tentavam semanalmente deslocar-se às prisões, segundo garantem as organizações dos familiares do presos.
Passados vários anos, da ETA ter abandonado a luta armada, ter entregue os arsenais ao mediadores internacionais e ter-se dissolvido como organização, o governo espanhol continua a recusar-se a discutir a situação dos presos bascos. Nos cerca de 500 presos detidos está gente acusada desde crimes de sangue, por envolvimento em ações armadas, num conflito que teve mais de 800 mortos, cujo o crime é “apologia ao terrorismo”, isto é participavam em organizações independentistas, como jornais, sindicatos, escolas, rádios, movimentos de juventude, etc…
Isto apesar de durante dezenas de anos ter havido várias tentativas de negociação entre a ETA e o governo, com elementos das duas partes, começando com encontros, no final dos anos 70, em Argel, com o líder da ETA Txomin Iturbe, até aos tempos do governo Aznar.  
Durante a manifestação, soube-se que o governo francês decidiu transferir os presos bascos, para prisões no País Basco francês.