O primeiro congresso pós-eleições legislativas do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) deste fim-de-semana ficou marcado por protestos de manifestantes antifascistas, que bloquearam as ruas que levavam ao pavilhão onde os membros do partido se reuniam para eleger o próximo co-líder. Nas faixas que os manifestantes anti-fascistas transportavam-se podia ler-se: “Hanover contra nazis” e “Levantem-se contra o racismo”.
A polícia alemã avançou contra os manifestantes antifascistas com canhões de água, causando ferimentos em várias pessoas.
Nas eleições legislativas de 24 de setembro o AfD assumiu-se como a terceira principal força política na Alemanha, com 7,9% dos votos e elegendo 94 parlamentares para o parlamento federal.
Na noite eleitoral, uma das líderes do partido de extrema-direita, Frauke Petry, demitiu-se por discordar da linha extremista que o partido estava a seguir, criando a necessidade de se eleger um substituto.
Ontem, os militantes do partido em sede de congresso elegeram Alexander Gauland para substituir Petry no cargo que ocupou até 2015. Joerg Meuthen, co-líder em conjunto com Petry e líder da ala economicamente liberal do partido, também foi reeleito para o cargo. Antes da votação, Meuthen apelou aos militantes que mostrassem unidade num momento de divisão.
“Há pessoas neste país que não só dizem ‘nós podemos fazer isto’, mas que realmente o conseguem fazer”, disse Meuthen aos delegados numa mensagem clara a Angela Merkel, que no passado utilizou o slogan “Podemos fazê-lo” (Wir schaffen das) para atacar todos aqueles que duvidavam que a Alemanha poderia lidar com o influxo de refugiados e migrantes a partir de 2015.
O AfD foi fundado em 2013 como um instrumento de oposição à permanência da Alemanha da zona euro, mas assumiu gradualmente um caráter islamofóbico, racista e xenófobo.