Na sexta-feira, a Assembleia da República aprovou (com os votos do CDS, do PSD e do BE e a abstenção da CDU) um voto de repúdio à continuidade de Jeroen Dijsselbloem. O Partido Socialista votou contra o repúdio a Dijsselbloem, embora tenha em março pedido, assim como todos os partidos com assento parlamentar, a sua saída.
O único deputado do PS que recusou mudar, nesse sentido, a sua posição em relação ao presidente do Eurogrupo (reunião dos ministros das Finanças da zona-euro) foi Sérgio Sousa Pinto, não votando contra o voto de repúdio apresentado pelo CDS.
O parlamentar socialista absteve-se, na senda do que já fizera quando a esquerda apresentou um voto de pesar pela morte de Fidel Castro. Se, aí, a abstenção fora em nome da convicção, aqui deu-se em nome da coerência.
O governo minoritário do Partido Socialista havia exigido a demissão de Dijsselbloem depois de o holandês ter alegorizado que os países da Europa do sul não podem “gastar o dinheiro todo em aguardente e mulheres”.
No entanto, oito meses depois, o mesmo governo garantiu a unanimidade do Eurogrupo em deixar Dijsselbloem permanecer no cargo até janeiro, apesar de já não ser ministro das Finanças no seu país. O grupo parlamentar do PS, ao contrário até do Bloco de Esquerda e do PCP, acompanhou a mudança de postura do governo. À exceção de Sousa Pinto.