Autárquicas 2017. Medina vence em Lisboa. Terramoto no PSD

Autárquicas 2017. Medina vence em Lisboa. Terramoto no PSD


Fernando Medina venceu, mas não foi o único a festejar. Cristas, João Ferreira e Robles satisfeitos com o resultado. PSD sofre o pior resultado de sempre em Lisboa 


Fernando Medina venceu a câmara de Lisboa pela primeira vez  e foi um dos vencedores da noite eleitoral, mas não foi o único. PCP e Bloco de Esquerda têm também razões para festejar e Assunção Cristas ficou à frente do PSD e reclamou “uma noite histórica para o CDS”. O grande derrotado foi o PSD, que teve o pior resultado de sempre – pior do que Fernando Negrão que, em 2007, só conseguiu 15,74%.

Fernando Medina foi o último dos candidatos a falar. Só o fez depois da meia-noite e ainda não sabia se teria maioria absoluta. “Obtivemos uma grande vitória. Estes resultados dão-nos força para cumprir o nosso programa”, disse. 

O atual presidente da câmara de Lisboa – que tinha a ouvi-lo na primeira fila o secretário-geral do PS, António Costa  – prometeu “diálogo” sem abdicar de “uma visão clara para a cidade”.

Não deixou, porém, de fora a possibilidade de atribuir pelouros a vereadores dos outros partidos.  “Se o PS tiver maioria absoluta como desejo e como é expectável, é minha intenção abrir diálogo com as várias forças políticas, disponibilizando-me […] para um pacto para a atribuição de pelouros, caso haja essa vontade”. 

O clima de festa também foi vivido pelos comunistas e Bloco de Esquerda que tiveram mais votos do que há quatro anos. O Bloco de Esquerda conseguiu eleger um vereador para a câmara municipal, ao contrário do que tinha acontecido nas eleições de 2013. Ricardo Robles tem razões para festejar e considerou que o BE conseguiu um “um grande resultado” em Lisboa. 

Questionado sobre a possibilidade de fazer alianças com o PS, à semelhança do que acontece a nível nacional, Robles disse que os bloquistas estão “disponíveis para uma viragem de política na Câmara Municipal de Lisboa, mas isso significa ir ao que não foi feito nos últimos quatro anos: habitação, transportes, equipamentos nas escolas e creches”. O candidato do BE garantiu que “na Câmara Municipal de Lisboa, o Bloco garantirá transparência, diálogo e prioridades políticas: habitação e transportes”.

O PS foi o primeiro partido a reagir às projeções eleitorais. Duarte Cordeiro acredita que o PS poderá ter “um resultado histórico”. Ana Catarina Mendes, que acompanhou os resultados na sede nacional do PS e mais tarde foi comemorar com Medina, disse que este poderá ser o “melhor resultado de sempre de uma primeira candidatura do PS”.
Do lado do PCP, João Ferreira destacou que o partido “consolidou posições e reforçou-se em Lisboa”. Uma situação que “vai pesar na vida da cidade nos próximos anos”, garantiu o candidato da CDU e deputado no Parlamento Europeu. 

CRISTAS À FRENTE DO PSD

À direita, as contas fazem-se de outra maneira. O PSD sofreu uma derrota sem precedentes. Os sociais-democratas, após um processo conturbado de escolha do candidato, tiveram o pior resultado de sempre em Lisboa e ficaram atrás do CDS e da CDU. Teresa Leal Coelho demorou dois minutos a assumir a derrota histórica e limitou-se a dizer que o resultado é da “exclusiva responsabilidade da equipa que apresentou o programa, que fez a campanha e que aqui está”.

“TRISTEZA”

José Eduardo Martins, crítico de Passos Coelho e número 1 da lista á Assembleia Municipal, reagiu às projeções poucos minutos após as oito da noite e reconheceu que encarava com “tristeza”este resultado “muito negativo”. 
O ambiente de depressão que se viveu no PSD contrastou com o ambiente de festa no CDS. Assunção Cristas apostou forte nestas eleições com a candidatura à câmara de Lisboa e não lhe podia ter corrida melhor. Ficou á frente do PSD e conseguiu um resultado muito melhor do que aquele que Paulo Portas teve quando e candidatou á autarquia com o slogan “Eu fico”.

VALEU A PENA, DIZ CRISTAS

“Valeu a pena arregaçar as mangas, calcorrear as ruas, estar próxima das pessoas. Podem contar comigo em Lisboa e no país”, afirmou, na sede nacional do CDS, Cristas, garantindo que o CDS está “forte e a crescer”. Figuras como Nuno Melo, que chegou a ponderar candidatar-se à liderança contra Cristas, deram os “parabéns” Assunção Cristas. “Uma noite extraordinária”, escreveu, na sua página do facebook, o eurodeputado do CDS.