O Departamento de Segurança Interna norte-americano classificou as actividades do movimento Antifa como "violência terrorista doméstica", na sequência do aumento de tensão no país entre forças neonazis e os antifascistas. Desde 2016 que os militantes de ambos os lados já entraram em confrontos violentos em inúmeras ocasiões no Texas, Califórnia, Oregon, entre outros estados.
Desde os acontecimentos de Charlottesville, Virgínia, as autoridades federais já emitiram vários alertas para a possibilidade de aumento de violência. Vários agentes de autoridade deixaram claro que a retórica e ideias inflamatórias de Donald Trump ajudaram a contribuir ao escalar das tensões no país e as autoridades sentem dificuldade em responder a esses alertas, segundo avança o Político.
A decisão da Segurança Interna parece reforçar a insistência de Donald Trump de que os extremistas de esquerda representam um problema nacional e tiveram também parte da responsabilidade nos confrontos em Charlottesville, quando um militante de extrema-direita matou uma pessoa ao avançar com um carro contra uma multidão. Trump foi alvo de duras críticas pela sua débil condenação das ações dos grupos de extrema-direita.
Em Fevereiro deste ano, a administração Trump redesenhou o programa nacional de contra-terrorismo para que este se focasse exclusivamente no terrorismo islâmico, excluindo a extrema-direita e as suas atividades, que incluem tiroteiros e atentados bombistas, segundo a Reuters. Durante os anos da administração Obama, 95% das conspirações/ataques descobertas nos EUA vinham de supremacistas brancos ou neonazis, de acordo com dados do Southern Poverty Law Center, organização que monitoriza os grupos de extrema-direita no país. Entre 2000 e 2016, os grupos de supremacistas brancos aumentaram 52%, segundo a mesma organização.