Monumento ao exército confederado erguido no Alabama

Monumento ao exército confederado erguido no Alabama


Um monumento de homenagem aos soldados da Confederação foi erguido domingo à tarde no estado norte-americano do Alabama. A inauguração aconteceu duas semanas depois do ataque racista de Charlotsville que deixou um morto e 19 feridos.


O Alabama era um importante estado produtor de algodão que baseava a economia no trabalho escravo. Foi um bastião da Confederação da Guerra Civil dos EUA, que durou de 1861 a 1865, na qual os soldados confederados combateram pela secessão da união e defenderam a escravidão.

O novo monumento confederado foi erguido no condado de Crenshaw, sul do Alabama, perante 500 pessoas com bandeiras e réplicas do uniforme de conferderado. Dedicado ao "Soldado desconhecido do Alabama", diz: "Mãe, eu fui encontrado. Estou em casa”.

"Estamos muito tristes porque em 2017 algumas pessoas no Alabama continuam a ser racistas e antissemitas", disse em comunicado, citado pela agência AFP, o presidente da NAACP Alabama.

"Por que eles tinham que inaugurá-lo tão pouco tempo depois do trágico evento que ocorreu em Charlotsville", questionou ainda Bernard Simelton, responsável local da maior organização de defesa de pessoas negras dos EUA.

Já o proprietário do Parque em Memória dos Veteranos Confederados, local onde o monumento foi instalado, disse que seu significado não é racista. "Isto foi planeado há vários meses e o monumento foi encomendado no ano passado", disse David Coggins a uma televisão local. "Não há nada racista em nós. Não somos supremacistas brancos".

A 12 de agosto uma mulher morreu e outras 19 pessoas ficaram feridas quando um supremacista branco lançou seu carro contra um grupo de pessoas que se manifestavam contra o racismo em Charlotsville, no estado da Virgínia.

Após o ataque – que teve origem num protesto de supremacistas brancos contra a retirada de uma estátua de um general da Confederação – outros monumentos e símbolos deste exército foram retirados de vários locais dos EUA.

A Confederação continua a ser um tema delicado num país em que o racismo está na ordem do dia.