O cão é o animal de estimação preferido dos portugueses. Mais de um terço (36%) das famílias com animais de estimação têm um cão. Logo de seguida, é o gato que domina a escolha das famílias, havendo 22% de lares com estes animais.
No reverso, os peixes são o animal de estimação menos escolhido pelos portugueses. Entre os 2,152 milhões de lares portugueses que têm pelo menos um animal doméstico, apenas 4% têm um peixe. O número coloca, aliás, Portugal no último lugar entre 23 países do mundo. Os pássaros pouco mais encantam os portugueses: apenas 10% dos lares têm uma ave.
Estas são apenas algumas das conclusões do estudo da “Track.2PETs”, realizado pela consultora GfK, que analisa as tendências e o mundo dos animais de estimação em 2016.
O relatório evidencia que a preferência dos portugueses por cães e gatos se deve sobretudo a uma tendência de humanização. Mais de metade das famílias com cães consideram o animal “um membro da família” e quase um terço (28%) olham para o cão como “um amigo”. Há mesmo quem considere o animal “como um filho”: 7%. Apenas 6% das famílias querem um cão para “companhia” ou para “guarda”, e só 1% veem o cão como “apenas um animal”.
O retrato é semelhante para os gatos. Quase metade (48%) considera o gato como um familiar, e mais de um terço (34%) como um amigo. Também só 1% veem o gato como “apenas um animal”.
E como em Portugal, o cão também é rei em países da América Latina como a Argentina, México e Brasil. A Turquia é o país onde o cão é o menos preferido.
No tocante aos gatos, é a Rússia que mais gosta deste animal. Aqui há 57% de lares com pelo menos um gato.
Despesas são 12% do orçamento Em média, as despesas de saúde e de alimentação com os animais de estimação pesam 12% do orçamento familiar. Entre os cães e os gatos, são os primeiros que representam mais despesa na carteira das famílias, sendo a alimentação o maior encargo, ultrapassando mais de metade do total dos custos.
Segue-se a saúde. Há 74% de donos de cães e 71% de famílias com gatos para quem a saúde dos seus animais “é muito importante”. Mas 92% das pessoas que têm cães levam os animais apenas uma vez por ano ao veterinário. E esta tendência “tem vindo a crescer”, refere o relatório. No caso dos gatos, há 68% de famílias com gatos que os levam ao veterinário uma vez por ano.
No total, a saúde dos animais representa 38% e 36% do total das despesas com cães e gatos, respetivamente.
No fim das despesas estão os brinquedos e os acessórios para os animais.
Número de adoções caiu O estudo mostra ainda que mais de metade (56%) das famílias portuguesas têm pelo menos um animal de estimação, e nos últimos cinco anos (entre 2011 e 2016) há cada vez mais lares a adotar um animal.
No entanto, o número de animais adotados caiu entre 2015 e 2016, o que significa que há menos famílias com mais do que um animal. No ano passado eram apenas 8% os lares onde coabitavam cães e gatos. Em 2015, este número era de 10%. No total, em 2015, havia 6,3 milhões de animais a viver em lares e, em 2016, este número caiu para 6,2 milhões.
Algumas das razões apontadas pelo estudo para o aumento de famílias com animais passam pela “alteração dos núcleos familiares” e pela “evidência de que os animais contribuem para o bem–estar físico e psicológico dos seus donos”.
Entre os 23 países de todo o mundo analisados pelo estudo da GfK, verifica–se que Portugal está na média do que é considerado um país “pet-friendly”. Em média, as famílias com animais em casa são 57%. Portugal está abaixo da média apenas um ponto percentual (56%).
O relatório indica ainda que os três países onde há mais famílias com animais domésticos estão na América Latina. A Argentina ocupa o primeiro lugar da tabela, com 82% de lares com animais de estimação. Segue-se o México, com 81% de lares, e o Brasil, com 76%.
No lado oposto estão os países asiáticos. É na Coreia que há menos lares com animais, não ultrapassando os 32%, seguida por Hong Kong, onde apenas 36% dos lares têm animais domésticos, e o Japão, com 38%.