It’s only rock’n’roll


É toda uma história de quatro rapazes que se fizeram à vida em 1962, quando a vida intelectual dos centros urbanos e industriais vivia intensamente as mudanças sociais e culturais do pós-guerra, com a “beat generation”, os “angry young men”, os movimentos antirracistas nos EUA, e quando o rock’n’roll de Chuck Berry, com os três…


 Quase em simultâneo, outros quatro rapazes de Liverpool também se faziam à estrada, trilhando depois outros caminhos musicais, também gloriosos, mas numa outra praia, a da pop music, o que separava as águas da rivalidade no gosto de ambas as legiões de fãs.

Cresci a ouvir os Rolling Stones e os Beatles, mas no meu caso, até pela evolução mais “jazzy” dos meus gostos musicais e pela coerência única da sua majestosa longevidade de cena, são os Stones – Mick, Keith, Charlie e Ron – quem continua a bulir com o meu pezinho e que ao fim de tantos anos ainda me fazem correr aonde toquem. Deles, o sétimo concerto a que assisti foi em 2014, quando o Bruce Springsteen veio dar uma perninha ao palco, e do qual me ficou o registo de um sábio regresso às origens no reportório escolhido. Delicioso. Por tudo isso não me surpreende agora este novíssimo CD – “Blue & Lonesome”, assumidamente rhythm and blues, e cujo último tema – “I Can’t Quit You Baby” (com Clapton!) ainda não descolou de mim. Sim, venham lá de novo os septuagenários. Até que os pés me doam.