O verão tem sido bondoso para o rap. Não tanto para os que sofrem com o calor, mas para esses não há remédio. Agora para os que fanáticos do hip-hop vamos a isto, verão-para-que-te-quero. Ainda esta semana chegou-nos o novo disco dos De La Soul, “and the Anonymous Nobody…”, Isaiah Rashad edita sexta-feira “The Sun’s Tirade”, enquanto Danny Brown nos vai oferecer “Atrocity Exhibition”, a 30 de setembro, pela Warp. Sete dias antes teremos “The Healing Component”, primeiro LP de Mick Jenkins, pela sua editora Free Nation.
O rapper de Chicago, que já havia mostrado ao mundo o primeiro single de avanço para “The Healing Component”: “Strange Love”, permite-nos vislumbrar a penumbra de “Drowning”, feito em colaboração com os BADBADNOTGOOD, trio com quem já tinha trabalhado em “Hyssop of Love”, para o disco do trio canadiano “IV”, editado em julho.
Convém, diríamos nós, não tomar este “Drowning” de animo leve. Seis minutos de uma das mais incríveis faixas do ano, a nosso ver, e não falamos apenas do refrão acertado, do cenário instrumental criado pelos BADBADNOTGOOD. É que Mick Jenkins está a rimar cada vez melhor, mais rápido, dotes que acumula com uma voz que também pode ir a falsete.
A isto, junta-se aqui o teledisco, espécie de regresso ao universo de “12 Anos Escravo”, incrivelmente bem filmado, que acrescenta valor a uma faixa já, por si, de grande efeito. Mick Jenkins é um dos ases de 2016. Aguardemos, então, por “The Healing Component”.